Livro? Quem lê, devolve. Uma grande verdade, à qual dá para acrescentar as exposições. Quando é boa, recomende. Portanto, aproveitem os últimos dias vai até domingo e, sem querer imitar aquele cidadão da propaganda de motel, "apareçam!" na Universidade Positivo para apreciar Darwin: Descubra o Homem e a Teoria Revolucionária que Mudou o Mundo.
Originária do American Museum of Natural History de New York, a exposição foi adaptada ao público brasileiro pelo Instituto Sangari, instituição, aliás, que promove em São Paulo a mostra Einstein, até 14 de dezembro. Outra que vale a pena. "Apareçam!"
Sobre a ancestralidade comum a todos os seres, vocês já devem saber alguma coisa, o mesmo da vida e da aventura do naturalista inglês Charles Darwin, antes e depois do HMS Beagle.
Beronha: o que significa aquele HMS que aparece em filmes da 2.ª Guerra?
Natureza Morta, sentindo-se o próprio soberano de todos os mares:
HMS formam o prefixo das embarcações. Significam Her Majestys Ship, ou, traduzindo para o Bê, "Navio de Sua Majestade"...
De volta à mansão da Vila Piroquinha, o papo rola sobre a ânsia de saber que move o ser humano. Alguém cita Viagem à Aurora do Mundo, livro de Erico Verissimo, que trata da evolução das espécies. Indócil no partidor, Beronha deixa escapar: "Isso tá cheirando a vã filosofia..."
Natureza saca da prateleira da Biblioteca de Alexandra (sim, Alexandra, já que ainda não chegou à condição de Biblioteca de Alexandria) um tomo de Filosofia, Editora Melhoramentos, 1954.
Segundo uma antiga lenda, recolhida por Diógenes Laércio e por Cícero, o termo filosofia foi empregado pela primeira vez, na sua acepção atual, por Pitágoras. Usou o vocábulo filosofia para significar a humildade adquirida do real.
Diante de Leonte, rei dos fliancos, esclareceu: "Senhor, não sou um sapiente, mas um amante da sabedoria, isto é, não sophos, mas philo-sophos". E tem mais: "Amor mais sabedoria, igual a filosofia".
Segundo Platão, amor é intermediário entre o imperfeito e o perfeito, entre a carência e a plenitude. Nesse meio termo, o papel do intermediário se resolve num impulso de perfeição, isto é, num desejo do perfeito. Helikia significa vida, idade, trajetória. Sophía, inteligibilidade do real, conhecimento perfeito, posse dos intelegíveis. Um ideal a atingir: o conhecimento absoluto. Gnômica é legislação moral. Filo-sofia: desejo de perfeição por parte da inteligência, perfeição que consiste na posse dos intelegíveis. Libido sciendi: impulso de entender o mundo, cuja flama é o amor pela verdade. Desde os gregos, filosofia é, de fato, o problemático por excelência, não só por ser problemático seu conteúdo, como também sua intenção. O indivíduo e o meio fazem variar a filosofia. Só nela e em função dela, a filosofia, adquire seu ser efetivo.
Epistemologia? Teoria do saber científico, que tem por objeto o estudo crítico dos princípios, objetos, limites, hipóteses, relações e resultados de diversas ciências.
Beronha:
Depois disso tudo e, principalmente, do tomo, eu mereço tomar uma com helikia no Parmênides Bar, outra no boteco do polaco Anaxágoras e a saideira no Galápagos Drinks...
Francisco Camargo é jornalista.
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