Quem conta é o incansável dentista Patrício Caldeira de Andrada: "Aos dois anos, o meu neto Matheus sobe e desce do berço sem nenhum problema. Num domingo, seus pais aproveitaram o fim do horário de verão para dormir mais um pouquinho. O pequeno, porém, foi acordado por seu "relógio biológico", mas ficou com preguiça de levantar-se sozinho e chamou pela mãe, Fernanda, insistindo para que fosse buscá-lo.
Matheus! Levante e venha aqui, você sabe sair do berço sozinho" - disse a Fernanda.
Eu sei, mãe, mas é que hoje eu esqueci.
Moacir Gouveia com sotaque russo
Dorival Vianna e Moacir Gouveia faziam dupla na Rádio Emissora Paranaense, apresentando o noticiário do meio-dia. Conta o Dorival que, um dia, Moacir quis esnobar ao ler a última notícia e mandou ver, empostando a voz:
E atenção! United State of Róssia e ainda com sotaque.
A nota identificava a origem: URSS.
O bar dos "machões"
Nos idos de 1950, existia na Praça Osório um bar que reunia uma turma de jornalistas e intelectuais. O nome oficial era São Cristóvão, mas na intimidade era chamado de Bar "Tu da mãe". Defronte onde hoje é a Caixa Econômica, estava instalado o jornal O Estado do Paraná.
Eram frequentadores assíduos Colbert Malheiros, Samuel Guimarães da Costa, o livreiro Dude Guignone, o professor Ari Martins, e Marcel Leite, um pintor e desenhista excepcional, inclusive amigo do cineasta Orson Welles.
Um dia apareceu o pernambucano Fernando Pessoa, poeta homônimo do português famoso, que começou a recitar suas poesias. Encheu o saco da turma. Ari Martins deu sinal de enfado e disse que ia embora.
Preciso dormir cedo! Disse ele.
E naquela turma, quem saía primeiro era acusado de boneco da mulher, calça curta e outros adjetivos.
Por quê? - perguntou o Marcel.
Vou ao enterro da minha mulher...
Então pelo menos tome uma cerveja preta reclamou o Marcel.