O lapiano sr. Mário Alves Guimarães, pai do nosso dileto amigo Luiz Schemin Guimarães, um dos mais estimados e respeitados freqüentadores da Toca do Tuca, do Clube Curitibano, em 1954, tinha uma farmácia em Porto Amazonas.
Naquele ano, a Rádio Nacional lançou um concurso para levar um torcedor à Berna, na Suíça, onde foi disputada a Copa do Mundo. Bastava responder enviando um envólucro do AAS Melhoral com o nome e o endereço. Dono da única farmácia da cidade, seu Mário estimulou os habitantes a concorrerem, mas sempre apregoava, batendo no peito:
Eu vou ganhar!
No dia do sorteio, o locutor César Ladeira anunciou o sorteio e seu Mário voltar a gritar:
Vou ganhar!
E o César anunciou:
O ganhador é de Belo Horizonte, mas em seguida disse que o sorteado não mandou o invólucro do Melhoral.
No novo sorteio proclamou:
O felizardo é... é... é... de Porto Amazonas, Paraná! É o sr. Mário Guimarães!
Seu Mário foi e viu a Alemanha campeã e trouxe um canivete suíço encomendado e pago pelo sr. Odayr Bettega, o mais antigo sócio vivo, aos 85 anos, do Jockey Club do Paraná. Essa é uma das tantas e deliciosas histórias narradas pelo Luiz Renato Ribas no livro "Histórias e estórias do turfe paranaense".
O rio errado
O sr. Sebastião Paraná foi durante anos professor no Ginásio Paranaense. Um dia integrou a banca de um exame oral, e um aluno foi interrogado por outro mestre, para dizer o nome do maior rio do Paraná.
O jovem não sabia e o professor Paraná, pretendeu ajudá-lo, indicando, disfarçadamente, com o dedo, o seu próprio peito e o aluno deu um sinal que havia entendido e respondeu:
Rio Negro!
Errou, pois o professor Sebastião, "morenão" queria dar a entender que o rio era Paraná, como o seu nobrenome, e não como a sua cor.
O "general" Pignatari Numa reunião animadíssima onde participavam entre outros o engenheiro e professor Abrão Fucks, o ex-goleiro do Atlético Ivan Pereira, Luiz Geraldo Mazza, e o médico ortopedista José M. Del Claro, os dois primeiros lembraram uma figura folclórica de Curitiba, o então famoso inspetor de trânsito, sr. Pignatari.
Pignatari mandava confeccionar seus uniformes nos melhores alfaiates da cidade e desfilava garboso e era efetivamente estimado e respeitado.
Numa solenidade realizada em Foz do Iguaçu no tempo que o governador do Paraná era o sr. Moisés Lupion, o Pignatari foi um dos integrantes da comitiva.
O ato realizado na Ponte da Amizade tinha até uma banda do exército paraguaio. Como o Pignatari foi o primeiro a despontar entre as autoridades brasileiras, a banda tocou o Hino Nacional, imaginando que ele fosse, no mínimo, um general das nossas Forças Armadas.
Outro causo que contaram do nosso Pignatari. Topou uma luta livre com um japonês seu amigo na Sociedade Duque de Caxias que era ali na Rua Dr. Muricy com a José Loureiro.
Já nos primeiros segundos o japonês deu uma dedada no estômago do Pignatari que caiu de joelhos e vomitou uma macarronada inteirinha.
Badanha e o "alemão" Nos anos sessenta, a seleção paranaense juvenil de futebol de salão foi a Paranaguá enfrentar a seleção local. Na programação, uma visita a um navio alemão, pela manhã, jogo à tarde e, à noite, baile no Clube Olímpico.
No navio estava lá o Daniel Laynes, o Badanha, como conta o Patrício Caldeira de Andrade, pianista e líder de um conjunto musical. Um dos cicerones era um alemão de uns dois metros de altura, o Piter, com quem o Daniel se comunicava através da mímica.
Sem "entender muito" o alemão, só respondia iá, iá, e sempre sorrindo. Pândego, o Badanha, fazendo gesto de quem pede um cigarro, dizia:
O Piter ser um maricon, iá?
Iá iá! Respondia comicamente o germânico.
A mãe do Piter não é séria, iá?
O alemão só respondia iá iá.
Foram para o convés e o alemão, repentinamente o pegou pelo colarinho e disse:
Olha aqui seu baixinho de m...; maricon é você e quem não é séria é sua mãe e vou te jogar lá para baixo.
O alemão era de Blumenau, e falava muito bem o português.
Loas a Rio Azul Dias atrás fui consultar o dr. Luzaoir dos Santos Rangel, do Hospital São Lucas, pois senti uma leve dor abdominal, que imaginei no apêndice. Examinado, o dr. Rangel me tranqüilizou, mas eu estava mesmo é intrigado com o seu prenome.
Ele contou que nasceu em Rio Azul, um pequeno mas bonito município do nosso interior, e que seus pais resolveram homenageá-lo. E, para surpresa nossa, o dr. Rangel contou já conheceu mais dois Luzaoir nascido lá em Rio Azul.
Eta cidade abençoada... Pensei comigo mesmo, pois quem é nascido em Morretes como eu, poderia ser Seterrom...
O "terrível" Dicésar Plaisant Dicésar Plaisant foi durante longos anos redator da Gazeta do Povo e tido, sempre, como dono de uma língua ferina. Há mil e umas histórias de seus desabafos. Mas era também, para surpresa nossa, e da maioria dos curitibanos compositor, pois ele foi também co-autor de uma famosa música popular de carnaval, em parceria com Romário Amódio (O jornalista Mílton Ivan Heller ficou de pesquisar, pois houve dúvidas do nome quando alguém alegou que não era a "Tomara que chova").
Na roda que se discutia as "artes" do Dicésar, estava o jornalista Luiz Geraldo Mazza, que confirmou um de seus inúmeros desabafos.
Foi durante um jantar no Grande Hotel Moderno, em comemoração ao Centenário do Paraná, onde foram homenageados jornalistas de Pernambuco.
Já meio "baleado", Dicésar, ajudado por companheiros, levantou-se e proferiu:
Capibaribe! Beberibe! Rios tintos de sangue! Filhos da p... e vão pqp...
Aperitivo de sardinha frita
Sardinha é um dos peixes mais baratos à venda e, bem preparado, é uma delícia. Geralmente é servido nos botecos da nossa cidade. Deve ser eviscerado, barbatanas e rabos e até a cabeça deve ser cortada. Lavar depois disso com água e suco de limão e enxugar. Misture sal com farinha de mandioca e polvilhe levemente. Uma gotas de suco de limão dão um sabor especial depois de frito.
Frite em óleo de canola em fogo médio para não queimar.
A srta. Camila Podolak, assistente de vendas da importadora Porto a Porto, já uma "expert", recomenda para acompanhar o vinho verde português "Alvarinho Deu la Deu".
JOKO A coluna é uma homenagem ao criativo empresário de Ivaiporã, sr. João Kozan, dono da Nutriporã Alimentos de Milho, indústria pioneira, especializada nesse tipo de cereal, inclusive exportado para o exterior.
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