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Coluna do Malu

As artes do Mário Romagnolli

Entre as décadas de 50 a 70, o empresário Mário Romagnolli foi um político muito influente em Londrina, inclusive vereador. Foi sócio da famosa Viação Garcia e de outros negócios na então Capital do Café.

Segunda conta sua filha, a paisagista Tereza Romagnoli Bagan, seu Mário era também um grande gozador. Naquele tempo, tinha um amigo político com a mania de ficar catando cabelos, fios e fragmentos nos paletós dos outros, o que por certo irritava muita gente.

Pois, certa feita, o dito cujo encontrou um fio branco na altura da lapela do seu Mário e puxou. Foi puxando e simultaneamente seu Mário foi se afastando e só quando estava a uns três metros o zeloso catador de fiados se deu conta da brincadeira do amigo.

Seu Mário tinha enfiado uma carretel de fio no bolso superior do paletó e, com uma agulha passou a linha para fora, deixando-a bem a vista para o viciado catador.

Outra brincadeira que o sr. Romagnolli pregava seguidamente nos amigos era cortar em pequenos pedaços de bucha – um vegetal fibroso, esponjoso e macio que se usa como esfregão no banho, muito comum nas fazendas – e pedia à sua esposa para empaná-las à doré e servi-las em coquetéis entre amigos. As vítimas levavam um tempão mastigando sem conseguir destruir o "delicioso" petisco até descobrirem a sacanagem.

O beijo do Nego Pessôa – O nosso colega e amigo Carlos Alberto Pessôa, um dos jornalistas que mais admiro, tempo desses, digamos anos atrás, quando ainda tomava umas e outras, chegou na churrascaria Burgo Mestre, e viu um senhor idoso, grandalhão e grisalho, ao lado de uma senhora. Agarrou-o por trás deu-lhe um forte abraço e um beijo na nuca, e gritou:

– Aí Maluzão!

Não era o amigo e sim um senhor que nunca vira mais gordo.

O cachorro da Guigui – Uma das minhas seis irmãs, a Guiomar – aquela cuja nome justificava as suas trombadas e que agora não dirige mais –, herdou um cachorrão mestiço policial, que não guardava nada e só revirava o jardim.

Era um autêntico boa-vida, e um come-e-dorme.

Um dia, para a alegria de nossa Guigui, ele sumiu. Dias depois, apareceu um maloqueiro dizendo que sabia onde o cachorrão se encontrava e que, se ela lhe desse 50 reais, o traria de volta. Recebeu de resposta:

– Pode ficar com ele de presente...

Danusa diz "quase tudo" – Não li, ainda, o livro da Danusa Leão "Quase Tudo", que já é um sucesso de venda, e por isso não sei dizer se ela conta uma das mais saborosas histórias da sua vida.

Li, ou me contaram, que Danusa, "promoter" de uma boate no Rio de Janeiro conheceu um cavalheiro com quem se afinou totalmente. Papo vai, papo vem no fim de noite, madrugada, acompanhou-a até o prédio onde ela morava.

Antes de se despedir, o jovem convidou-a a ir à praia logo mais. Ela topou.

Aí, ele, cavalheirescamente, perguntou:

– Telefono ou te cotuco?

Mário Celso e o sinal do "gato" – O vereador Mário Celso Cunha, de Curitiba, é um grande jogador de truco, mas tem um tíque nervoso que no jogo geralmente o atrapalha.

Certa feita, parceiro do ex-prefeito Maurício Fruet, enfrentavam o advogado Goyá Campos e o ex-prefeito de Campo Largo, sr. Zanlorenzi.

Num dos lances, Maurício deu uma olhada de esguelha para o Mário Celso que deu uma guinada de cabeça. O Maurício entendeu que era o "pulo-do-gato" e gritou:

– Truco!

Levaram é um "doze" pela cara.

Scarpelini e o voto do Mercer – Em 2000, o atual deputado estadual José Domingos Scarpelini saiu às ruas em campanha para o Ângelo Vanhoni, candidato do PT. Em uma de suas visitas, convenceu o sr. Guaraci Mercer, dono do tradicional açougue Atlântico, do bairro do Ahú, a votar no Ângelo.

Quatro anos mais tarde voltou a falar em política com o amigo e ouviu loas ao Vanhoni, que desta vez disputava a prefeitura contra o Beto Richa.

– Então vamos de Vanhoni de novo, Scarpelini? – indagou o Mercer.

Nessa altura, Scarpelini estava integrado à campanha do Beto Richa e do vice Luciano Ducci. É que a vitória dos dois acabaria abrindo uma vaga de deputado estadual para o próprio Scarpelini. E ele tentou de tudo para mudar o voto do Mercer, mas não sabe até hoje se o açougueiro mudou sua opinião. O certo é que Beto e Ducci ganharam a eleição e Scarpelini virou deputado.

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