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Coluna do Malu

Ghignone e o chá de boldo

Em 1986, Fernando Ghignone era presidente da Embrafilme, que promovia o FestRio de Cinema no Hotel Nacional.

Estava com Ivan Isola, diretor de operações da empresa, e o paranaense Claro Guimarães, assessor jurídico.

Fernando naquele tempo vivia prevenido. Tinha uma reserva de chás especiais para o "dia seguinte". Antes de seguir para a solenidade, pegou um saquinho de chá de boldo e desceu com os dois amigos para o bar do hotel. Pediu ao garçom um bule de água quente. O garçom trouxe.

Fernando olhou enviesado e o garçom desconfiou que faltava qualquer coisa. Perguntou:

– O senhor quer que traga uma xícara?

E o nosso livreiro:

– Não! Não precisa, engulo o saquinho e bebo a água fervente!

Emílio de Menezes e a feira de cereais – Poeta curitibano, nasceu em 1886 e morreu em 1918, Emílio de Menezes ficou famoso no Rio de Janeiro. Era poeta e cronista abusado. Fazia parte de um grupo famoso que se reunia na Confeitaria Colombo, entre outros Olavo Bilac e Coelho Neto.Uma das suas melhores histórias surgiu ao visitar uma feira de cerais.Foi saudado por um conhecido:– É milho!Respondeu:– Você hoje está com a veia.O outro quis escapulir, Emílio segurou-o:– Não s’evada. Com isso é que me in...trigo!E forçando o amigo, plantou-o numa cadeira:– Sentei-o!

A irreverência – Ao ser recebido numa mansão paulista, Emílio foi levado, pela dona da casa, a conhecer a coleção de quadros.A madame usando, um vestido decotado, mostrou-lhe o quadro A Ceia do Senhor:– Prefiro os seios da senhora! – observou o poeta, que não agradou muito o dono da casa.

Atriz atroz – Emílio foi assistir uma peça teatral. Sentou-se ao lado de uma atriz, escandalosa e de maus costumes. Tentou puxar conversa, mas o poeta, vendo que na fila de trás havia três vagas, despachou a dita cuja.– Atriz atroz, atrás há três!São histórias contadas no livro Emílio de Menezes, o último boêmio, do cearense Raimundo de Menezes.

Juarez e a xixi mille – Juarez Malucelli, da terceira geração da família aqui no Brasil, viajava pela Itália de carro com seu primo Marco Aurélio.Juarez dirigia e Marco Aurélio com o mapa rodoviário. Juarez vê uma placa:– XX Mille 5 km– Marco, veja aí onde é essa tal de Xixi Mille.Era a cidade de Vinte Mille.

Um genro animadíssimo – O empresário Luiz Fernando Fontoura, irmão dos nossos queridos amigos Gilberto, José Antônio e Ubaldino, foi a uma festa com a esposa.Tomou umas e outras e voltou para casa todo animado. Antes de ir para o quarto, resolveu tomar uma penúltima. Demorou um pouco saboreando um Dimple "quinze years" como diria o Juarez Malucelli.Subiu para o dormitório. Deitou-se já vestido como Adão, meio nublado, passou a mão. Encontrou contorno e se animou. Queria jogo. Chegou junto e furungou!Ouviu um grito e o corpo se projetando para fora da cama.– Louco! Tarado!Luz acesa, viu a sogra, furibunda, de pé gritando:– Você ficou louco!Com os gritos a esposa saiu do banheiro sem nada entender.Resumindo a história:A sogra tinha ido cuidar da netinha. A menina lá pelas tantas pediu para a avó levá-la para a cama da mãe. A sogra, enquanto a neta não pegava no sono, também deu uma descansadinha. Depois de um tempo, a menina dormiu e foi levada para seu quarto. A sogra voltou e deitou-se na cama da filha. Quarto escuro, foi quando o Luiz Fernando chegou animadíssimo.Ele garante que a sogra o perdoou, mas nunca mais foi tirar soneca na cama da filha.

Codorna do Fornea

Ennio Fornea, empresário do ramo de material de construção, italiano de Veneza, está no Brasil desde 1951. Era um dos integrantes do Circolo Degli Amici, maioria de origem da Velha Bota, todos amantes da boa mesa. Reuniam-se todas as quintas-feiras, na churrascaria Boi Gordo. Cada semana cozinhava um dos integrantes – eram cerca de 20. Ennio Fornea apresenta uma deliciosa codorna com polenta.

Ingredientes:

Mais ou menos três codornas (sendo japonesa da Perdigão) por pessoa. Vinho branco seco (italiano de preferência), sálvia, bacon, manjerona, alecrim, cebola branca picada e alho picado.

Como preparar:

Passe sal em cada codorna. Coloque dentro de cada uma um pedacinho de bacon, sálvia, manjerona e alecrim. Faça camadas e cubra com cebola picada, alho e vinho.

Deixe nesse molho pelo menos 12 horas. Retire toda cebola e doure-a a parte. Em uma caçarola de fundo grosso, doure as codornas em azeite de milho.

Bata a cebola dourada no liquidificador. Na caçarola das codornas, em fogo médio, acrescente mais vinho e um maço de temperos: alecrim, sálvia e manjerona, amarrados para ser retirados na hora de servir, e a cebola moída. Ennio faz um alerta: use só temperos frescos. Deixe cozinhar por mais 15 minutos e está pronto o manjar que encantou todo mundo.

Sirva com polenta e saladas verdes.

A coluna é dedicada ao advogado e competente empresário Lenomir Trombini.

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