João Elísio Ferraz de Campos, quando assumiu o governo do Paraná no lugar do José Richa, mandou rezar uma missa de Páscoa na capela do Palácio Iguaçu e convidou todo o time do primeiro escalão. Na época, o médico Helio Freire era presidente da Celepar e foi um dos ausentes. João Elísio cobrou: "Por que não foi?"
"Jesus foi?", indagou o Hélio. João Elísio não entendeu, mas, com espírito esportivo, respondeu: "Jesus estava muito ocupado no céu". "Não estou falando dele. Estou perguntando se o Jesus Sarrão foi?" Na época, Sarrão era secretario de Segurança e, depois, desembargador.
Doutor dedo-duro
Outra do Patrício Caldeira de Andrada. O Dr. Huri, que é evangélico, iniciou sua carreira em Bom Retiro (SC) na mesma época em que um jovem padre assumiu a paróquia da pequena comunidade. Tornaram-se amigos e, juntos, organizavam torneios esportivos, quermesses, bingos e, clandestinamente, formavam dupla num torneio de biriba organizado por aposentados, jogo que na época era considerado contravenção.
Convidados para serem os padrinhos de batismo de um menino, o Dr. Huri e sua esposa, Edy, aceitaram. Tudo estava acertado para o batizado, quando o pai da criança comunicou aos padrinhos que o padre não faria a cerimônia porque "eles eram protestantes". Entendendo a posição do amigo pároco, uma vez que naqueles tempos não existiam atos ecumênicos, o Dr. Huri fez um comentário em tom de brincadeira com o quase compadre: "Diga ao padre que, pela mesma razão, não posso mais ser parceiro dele no jogo de biriba".
Dias depois, médico e religioso se cruzaram nas ruas da pequena cidade e, ao trocarem um abraço, o doutor escutou o sussurro do reverendo ao pé do seu ouvido: "Bom dia, doutor dedo-duro. O avô daquela criança é o maior carola da cidade, quase me excomungou."