Atualmente ocupando uma das vice-presidências do Bradesco, o maior banco privado brasileiro, Antônio Bornía já foi gerente em uma das agências de Curitiba, mas antes atuou um tempo, ao que parece, em Santo Antonio da Platina.

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Um amigo meu contou que o Bornía, em face de ter um dia sobrecarregado de serviços, acabou dormindo na própria agência daquela cidade paranaense.

Bem cedo, ainda com as portas fechadas, antes do expediente normal, viu um senhor batendo. Gentil e cavalheiro, como sempre, abriu a porta e indagou o que ele desejava.

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O visitante indagou seu nome e se apresentou:

– Sou o Amador Aguiar...

Era o próprio dono do Banco.

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A "turma" da Praça Rui Barbosa – Pita Braga Côrtes, economista e pedagogo, relembra os velhos tempos da sua turma da Praça Rui Barbosa, denominada "Scuderia United Dangerous". Na época, a Praça da Espanha tinha uma turma da pesada; o Jardim Centenário, uma piazada briguenta; a Rua Saldanha Marinho e a TF, do Juvevê, eram turmas muitos grandes e unidas.

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A turma do Pita entendeu de dominar a Praça Rui Barbosa, mas o apelido "dangerous" não fazia jus, pois o grupo era pacífico, mas abusava dos "ferros de automóvel".

Na época, a Rui Barbosa abrigava o transporte coletivo e, além disso, tinha um quartel do exército, e os milicos, volta e meia, baixavam o cinto na rapaziada, que se vingavam dos "piriquitos fardados" assobiavam imitando passarinho, mas sempre levavam a pior, segundo o Pita Braga Côrtes.

O jardim do Lerner – Tão logo assumiu a prefeitura de Curitiba, Jaime Lerner enfrentou uma ameaça de invasão numa área do Capanema, onde hoje é o Jardim Botânico, e de se transformar em mais uma favela.

Lerner tinha visto em São Francisco, na Califórnia, uma bela estufa de plantas, nos moldes das velhas estufas francesas, e imaginou em fazer uma em Curitiba e achou que a área do Capanema era a melhor da cidade.

Como a prefeitura não tinha verba para iniciar as obras, "ligou" botânica com o Boticário e, como precisava de apoio, bateu as portas do empresário Miguel Krisgner. Explicou o plano e da necessidade de começar a obra a fim de evitar a invasão.

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Após a explanação do prefeito, Miguel ficou meio sem jeito, mas o Elói Zanetti, que era o diretor de marketing, "deu à luz":

– Duas páginas duplas da Veja!

– Como assim, duas páginas da Veja?, perguntou o Miguel.

– Tiro do meu planejamento de mídia o valor equivalente a duas páginas da revista e temos a quantia suficiente para pagar a estufa de vidros e depois eu me viro para medir o resultado em GRPS – sigla inglesa que quer dizer soma da audiência bruta – e medir a quantidade de mídia que um anunciante precisa para cobrir um determinado mercado.

Segundo o Elói, Miguel Krisgner topou na hora e na mesma semana iniciaram-se as obras do hoje belíssimo cartão-de-visitas da cidade de Curitiba.

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Lucca e o Dionísio – Anos atrás, um dos meus 14 netos, o estudioso Lucca, então com 4 anos foi ver um jogo no Estádio Couto Pereira e desgarrou-se do pai.

Lá pelas tantas, o encontrou batendo um papo com o ex-jogador Dionísio – agora atuando como cronista – atualmente colaborando também com a nossa Gazeta – que estava gargalhando e explicou o porquê:

– Ele me perguntou quem foi que me pintou de preto.

– De outra feita, viu uma dupla disputando uma partida de tênis e perguntou para a mãe o que era aquilo.

– É um jogo de tênis! explicou a mãe, a advogada Maria Isabel.

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– E eles não jogam sapatos...

Rio Apa e Jesus – O escritor Wilson Rio Apa chegou a Paranaguá de trem com a esposa e dois filhos, barbudo e cabeludo e trajando roupas largas. Para variar, foi vítima dos galhofeiros parnanguaras, quando um perguntou para o outro:

– Quem é esse?

– Jesus em férias...

Mais uma do Emílio – O poeta paranaense Emílio de Menezes, que viveu muitos anos no Rio de Janeiro, era também um inveterado boêmio. Numa noite, foi a um "rendezvous" – com eram chamadas antigamente as casas de tolerância – e, nas imediações, encontrou um amigo que, ao contrário do nosso poeta, era católico praticante.

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Emílio estranhou e perguntou:

– Onde você está indo?

– Estou indo para o apostolado.

Emílio respondeu:

– Pois, eu estou indo para o lado oposto!

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A coluna é dedicada a dois ilustres paranaenses: o médico Lauro Grein Filho, presidente do Hospital da Cruz Vermelha, e o professor Oriovisto Guimarães, presidente do Grupo Positivo, pela benemérita parceria em torno daquela instituição de caridade.

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Sopa de pinhão

A receita é elaborada no Restaurante Estrela da Terra, especializado em comidas típicas paranaenses e dirigido com competência pela Helena Menezes.

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Ingredientes para 5 pessoas: Um quilo de músculo cortado em cubos; 500 gramas de pinhões descascados e cozidos com sal; uma cebola grande, batidinha na faca; cinco dentes de alho esmagados; sal, ouro e orégano, a gosto; duas colheres de sopa de trigo e dois litros de água.

Modo de preparar: Doure a cebola e o alho, e refogue a carne temperada com o sal, o louro e o orégano. Cubra com a água e cozinhe em panela de pressão por 30 minutos, em fogo baixo. Engrosse com o trigo liquidificado em duas conchas do caldo, adicione os pinhões (que devem ser cozidos à parte) e deixe cozinhar por mais 10 minutos.

Helena recomenda como acompanhamento pão caseiro.

O Estrela da Terra fica na Rua Jaime Reis, 176.