Um paraguaio, sr. Eduardo, dono de uma cervejaria em Assunção, tem uma casa em Guaratuba, onde passa temporada de férias.

CARREGANDO :)

Sua residência vizinha do Beto Justus, do Renato Trombini e outros amigos que organizaram a Banda de Guaratuba, propiciou-lhe uma convivência mais estreita com todos eles.

Inclusive participava de almoços cognominados de "monstros", pelo José Luiz Lins e Souza, o Zeca Diabo.

Publicidade

O José Luiz, que é dono da Visoplac, uma empresa especializada em sinalização de vias indicativas, viajou para Assunção a negócios e resolveu telefonar para o seu Eduardo.

– Alô! Seu Eduardo, aqui é José Luiz!

– Quién? indagou.

– O José Luiz Lins e Souza, de Guaratuba.

– No me recuerdo!

Publicidade

- Sou o Zeca Diabo!

– Ah! O "gallina Vieja", non é mismo?

Galinha velha foi o apelido ganho pelo José Luiz depois que foi a uma festa programada para ser a fantasia e que só ele vestiu-se apropriadamente. Todos os demais foram com traje esporte. Zeca Diabo fantasiou-se de bailarina, inclusive maquiado e de peruca loira. Estava tão feio que ganhou o apelido que transpôs fronteiras.

Atleticano sim! – O advogado trabalhista José Lúcio Glomb estava em seu escritório esperando um cheque do Clube Atlético Paranaense para um depósito até as 16 horas.

O portador estava se atrasando e a sra. Cleide, irmã do advogado atleticano, nervosa, acabou indo esperá-lo na porta do edifício. Nisso viu entrar no hall um garotão, camisa do Rubro-Negro, e perguntou:

Publicidade

– Você é do Atlético?

– Sim senhora!

Dona Cleide pegou-o pelo braço e levou-o até o escritório meio na marra.

– Onde está o cheque que já estamos atrasados?

– Que cheque dona!

Publicidade

– Ué! Você não é do Atlético?

– Dona eu sou atleticano sim, mas não sei nada de cheque.

Não era o emissário da diretoria do clube e sim, um torcedor.

300 votos caros demais – Em 1986, um deputado estadual disputando seu segundo mandato foi chamado a uma cidade dos Campos Gerais, onde uma líder comunitária prometeu-lhe 300 votos.

Foi lá na pequena cidade, e ficou hospedado na própria residência da dona dos votos. Ela já coroa, feia como a necessidade, fez questão de levar-lhe até o quarto onde ficaria hospedado.

Publicidade

Entrou e fechou a porta a chave, com o deputado dentro.

– O que é isso? Espantou-se o deputado, na época um galã.

– Sempre te admirei e quero mesmo é transar!

O deputado não contou se "faturou" e nem se recebeu os 300 votos.

A surdez do Guilherme Castilho – Uma das primeiras reuniões para se fundar a federação de automobilismo do Paraná foi realizada na casa do sr. Arno Castilho, por iniciativa de seus filhos Guilherme e Bruno.

Publicidade

Guilherme assomou a cabeceira da mesa de jantar e usou e abusou de uma sineta para serenar os ânimos e evitar conversas paralelas.

Ao seu lado estava sentado o Luiz Augusto Piá de Andrade – hoje um profissional conceituado em Curitiba – que irritado com o tilintar da sineta pegou-a, escondido do anfitrião, e, simplesmente, retirou o badalo.

Na próxima intervenção que foi obrigado a fazer, Guilherme acionou a sineta. Obviamente não escutou nada e de olhos arregalados, e com a voz pausada como era de sua característica, falou:

– Bruno! Estou surdo...

Chico e o carrinho de mão – A família do desembargador Henrique Lenz César tem, há anos, um caseiro que é um faz tudo. É o cearense Chico.

Publicidade

Quando dona Joanita de Paula, a matriarca da família, faleceu foi enterrada no Cemitério Municipal. Na chegada do féretro, o dr. Henrique chamou o Chico e pediu:

– Chico, traga um carrinho!

O auxiliar demorou um pouco, mas chegou trazendo um carrinho de mão.

Um médico pedante – O médico otorrino Ralf Kimser foi operar das adenóides, sua sobrinha Cláudia. Como daria anestesia geral, recebeu um pedido:

– Tio aproveite e fure minhas orelhas.

Publicidade

Depois da operação propriamente dita, Ralf estava atendendo ao pedido especial da menina, quando um colega, tido como pedante, viu e comentou:

– É muita frescura dar anestesia geral para furar orelhas!

Com abelhas não se brinca – Anos atrás, o capitão Alcemir – hoje coronel da reserva – participava da Operação Verão, em Praia de Leste. A polícia recebeu um pedido de ajuda para retirar um enxu (é uma casa de abelhas) de uma residência.

Sem esperar os bombeiros que são especialistas, o capitão Alcemir foi com o soldado motorista num Chevete da corporação.

Retirou o enxu sem maiores danos. Colocou no porta-malas do carro já bem velhinho e pensou em jogar o enxu num local ermo. No andar da "carruagem", as abelhas alvoroçaram e deixaram a colméia e atacaram ferozmente os dois heróis, que acabaram fugindo do carro até a chegada dos soldados do fogo.

Publicidade

Polpetta (bolinho de carne)

Um dos pratos que gosto de fazer é o bolinho de carne com molho de tomates. Na Itália, chamam de Polpetta. Na cidade de Lecce – leite em italiano –, é um dos pratos preferidos. Dia desses, quase noitinha, indaguei a um filho ilustre de Lecce, o marceneiro Oronzo Casilli (recentemente falecido), como faziam o prato por lá. Contou apressadamente, pois não queria perder a novela das 18 horas, mas mesmo assim deu umas dicas.

Para 4 pessoas, compre 1 quilo de carne de patinho moída. Salgue e coloque um pouco de pimenta-do-reino. Misture com farinha de pão, cebola branca picadinha (uma), meia cabeça de alho também picadinho e manjericão (basílico ou alfavaca). Eu uso duas gemas de ovos. Misture bem e faça os bolinhos, umedecendo as mãos com óleo para não grudar. Frite-os ligeiramente.

Passe num processador meio quilo de tomates maduros com uma cebola branca e três dentes de alho. Salgue levemente.

Numa panela untada com duas colheres de azeite de oliva cozinhe por meia hora os tomates e as cebolas trituradas e depois coloque os bolinhos. Deixe cozinhar por mais 15 minutos. Vai bem com arroz, polenta e macarrão.

Publicidade

A coluna é em homenagem ao Aroldo Murá Haygert, um mestre do jornalismo paranaense.