João De Deus Freitas Neto, repórter esportivo do Diário da Tarde, pelos idos de 1942, mais Ezio Zanelo, Agostinho Canto de Oliveira e Milton Camargo de Oliveira, todos jornalistas, foram convidados pelo Luiz Vila, o Pinha, linotipista do jornal, para uma festa na Sociedade Operário do Ahú. E, de lá, para um baile na Sociedade Handwerker.

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Face a 2.ª Grande Guerra, a sociedade que congregava, exclusivamente, os alemães, mudou o nome para Sociedade Rio Branco.

Apesar de certa resistência, foram acomodados e servidos de quitutes, cerveja e outras bebidas, mas advertidos que não poderiam dançar.

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Além do baile havia uma brincadeira entre os alemães. No palco, em cima de uma mesa uma pomba de madeira. Pendurado no teto, um cordel e nele atada uma bola de bilboquê. Os alemães apostavam uma moeda e tentavam derrubar a pomba, fazendo a bola balançar na vertical.

A tentativa era difícil. Quando uma senhora acertou, o mestre-de-cerimônias foi ao microfone e anunciou eufórico:

– Atençon! Atençon! A senhorra Barnak acertou o "pica" da pombo!

Tinha acertado o bico da pomba...

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A fama do Paixão – O caricaturista Ademir Paixão, aqui da Gazeta, tem uma chacrinha em Wenceslau Braz. Durante uma audiência trabalhista naquela cidade foi reconhecido pelo advogado adversário, seu fã.

No final da pendenga, o advogado propôs:

– Só faço e fecho o acordo se você fizer a minha caricatura.

Paixão topou e os traços ficaram tão perfeitos que a juíza que julgava ficou encantada com o trabalho do nosso artista, que timidamente pediu:

– Faça a minha também.

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Tota Braga e o pinto – Pelos idos de 1961, o Antônio Braga, o Tota, filho do ex-governador Ney Braga, cantor lírico nas horas vagas, estudava no Colégio Santa Maria.

Um belo dia resolveu levar um pintinho pra sala de aula. Amarrou um dos pés do galináceo e o soltava entre as carteiras. O bichinho dava seus piu-pius, Tota recolhia, escondendo-o a cada aproximação do professor, até que foi pego e mandado para sala do diretor.

Como foi só e sem nenhum recado por escrito, teve que explicar a razão de sua presença.

– O que foi? – perguntou o chefão.

Tota, que tinha escondido o filhote nas costas, explicou.

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– Vim mostrar o pinto pro senhor!

Depois do espanto do diretor, mostrou o pinto verdadeiro, segundo conta o engenheiro mecânico Luiz César Zaniolo, seu colega de sala.

A mulher toureira – Hildebrando de Araújo, além de dono de uma loja denominada Mousseline, ainda no tempo da guerra, era o dono do jornal Diário da Tarde.

Chegou em Curitiba um circo que tinha como principal atração uma mulher toureira. O sr. Hildebrando de Araujo ficou entusiasmado com a coragem da distinta e, além de mandar fazer uma reportagem, foi apresentá-la ao pessoal da oficina.

Chegou lá e anunciou:

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– Atenção pessoal: eis aqui uma mulher de coragem, uma toureira!

Ninguém se mexeu e nem sequer virou a cabeça. O Luiz Vila, o Pinha, um dos linotipistas, foi o único que se manifestou e gritou:

– Grande coisa!

Contava ainda o jornalista Freitas Neto, que o sr. Hildebrando de Araujo incomodou-se, durante a Guerra, por causa do nome de sua loja. Uns "inteligentes" confundiram mousseline (nome francês de musselina, uma fazenda transparente muito usada então) com o ditador italiano.

Jura, um obstinado – Jurandir Marcondes Ribas – filho de Itaciano Marcondes, de saudosa memória, e que foi presidente do Atlético e da Federação de Futebol –, logo que se formou em Farmácia, foi morar em Piraí do Sul. Lá casou-se com a sra. Neusa Fanchin com quem teve muitos filhos, entre eles três médicos, inclusive o dr. Murilo, o Maradona, facultativo do Atlético.

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Como fora nomeado diretor do Posto de Saúde, o Jura, como era chamado, vinha constantemente a Curitiba. Passava na casa dos pais e, depois, na da irmã, sra. Jandira – mãe de Peteco e do Atilano Oms –, onde tomava banho e ia cumprir seus afazeres.

Quando morava em Curitiba, residia na Carlos de Carvalho e jurava que nunca residiria ou passaria, além da Praça Osório.

Um dia, dona Jandira mudou-se para o Jardim Social.

Jura chegou em Curitiba para atender seus interesses na Secretaria de Saúde e ninguém conseguiu convencê-lo ir ao Jardim Social.

Foi no banheiro público da Praça Osório, passou uma água no corpo, trocou de roupa e foi cumprir o seu roteiro. E explicou:

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– Passar da Praça Osório, jamais!

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Picanha Lardeada

Lardear vem de lardo, que é toucinho, e lardear é entremear um pedaço de carne com o lardo. Melhor que toucinho é um bacon magro. Faça uma picanha lardeada que pode ser assada no forno ou mesmo na grelha. Vamos ao primeiro método.

Faça um molho com meia xícara de azeite de oliva e meia de óleo de milho. Para cada quilo de carne ponha uma colher de sopa rasa de sal. Pimenta pode ser a do reino moída ou então a calabresa. Uma cebola branca picadinha e ervas. Pode ser alecrim, tomilho ou manjericão. Um quarto de xícara de suco de limão ou a mesma quantidade de vinagre balsâmico.

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Compre bacon em pedaços e corte em tiras finas e que seja, de preferência, bem magro e defumado. Escolha alguns dentes de alho bem grandes e corte-os em três fatias de comprido. Coloque no molho junto com os demais temperos.

Faça pelo menos nove furos na picanha, pelo lado da carne, e introduza em cada um deles uma fatiazinha de bacon e uma de alho.

Lambuze bem todo o tempero na picanha e deixe descansar pelo menos três horas.

Unte uma forma com banha de porco ou azeite de milho e ponha para assar em fogo médio, com a parte da gordura para baixo.

Em uma hora, com fogo médio, fica como rosbife. Se a turma gostar mais ao ponto, deixe mais uma meia hora. Mas o ideal é mesmo mal passada.

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Acompanha bem uma farofa de lingüiça, arroz branco e uma salada verde. E vinho tinto.

* A coluna é dedicada ao promotor de Justiça dr. Álvaro Luiz Torrens, um fiel e assíduo leitor.