Um conhecido de visita pelo Rio de Janeiro constata: a violência, o trânsito e o Vasco do técnico Celso Roth são as três coisas que mais aterrorizam o carioca na atualidade. E, enquanto passava outra demão de Calamed na pele alva castigada pelo sol de Copacabana, o dinâmico curitibano em questão deu mais um lançamento em profundidade no jogo da constatação. Para quem é de fora, há ainda outro elemento de espantar na Cidade Maravilhosa. Trata-se do velhinho de sunga, meia e tênis.
O carioca já está acostumado. O velhinho de sunga, meia e tênis é tão parte da Baía de Guanabara quanto o Pão de Açúcar, as moças de fio-dental e os vendedores de mate e biscoito Globo. Para quem não leva o cromossomo da carioquice na genética, entretanto, a imagem é impactante. Até para os padrões do curitibano, habituado a esbarrar com o Oil Man e sua indefectível sunga e corpo arredondado e alisado em óleo pelo calçadão da XV.
O velhinho de sunga, meia e tênis é tão parte da Baía de Guanabara quanto o Pão de Açúcar, as moças de fio-dental e os vendedores de mate e biscoito Globo
A descrição do elemento é a seguinte: magro, mas de barriga proeminente, geralmente calvo, canelas finas, bronze caramelo. Idade entre 65 e qualquer outra que se aproxime da lembrança muito vaga dos tempos de garotão. A vestimenta, conforme consta no protocolo desta tribo urbana, é simples, mas de padrão austero, dado que as meias devem, invariavelmente, constar da altura mínima de até a metade da canela.
Por falar da farda do velhinho de sunga, meia e tênis, militares reformados são os principais representantes deste way of life. Tanto que o ex-presidente João Figueiredo, o último dos generais a comandar este gigante que até há bem pouco tempo estava em expansão, também conhecido por Brasil, é o grande expoente da turma. Aposentados em geral, de preferência ex-funcionários públicos ainda habilitados a portar capangas, também são bem-vindos ao clube.
As atividades variam da simples caminhada pelo calçadão da Avenida Atlântica ao vôlei de praia para os mais dinâmicos. Mas a principal é mesmo chocar os turistas, em especial quando o velhinho de sunga, meia e tênis fica de bate-papo com algum conhecido que encontra na porta do condomínio.
De proibido na cartilha do velhinho de sunga, meia e tênis constam, segundo levantamento informal do nosso amigo curitibano, apenas três ações: entrar para o movimento do crime, dirigir em engarrafamentos e ir a jogos em São Januário. Porque para esse nível de terror, nem o carioca está preparado.
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