Aconteceu em 1904. Luiz Xavier era prefeito de Curitiba quando foi urbanizado o espaço que até hoje é dito ser a menor avenida do mundo. No começo possuía uma alameda central e duas laterais separadas por duas carreiras de árvores. Na parte central passavam os bondes de mulas com destino aos bairros do Batel e Seminário. O comércio importante estava fixado em duas padarias, uma loja libanesa, uma sorveteria e uma fábrica de linguiças.
Com o passar do tempo os curitibanos passaram a se referir ao espaço simplesmente como A Avenida, apesar de a mesma já levar o nome de seu realizador, Luiz Xavier. No final da década de 1920 surgiram os cinemas Gloria e Avenida, que vieram a se somar com o Palácio existente desde a década de 1910. Com o agrupamento de tais casas de espetáculos, a pequena avenida recebeu o batismo de Cinelândia
Quando eclodiu a Revolução de 1930, foi trocado o nome de Luiz Xavier pelo de João Pessoa, presidente da Paraíba e que tinha sido candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. O ilustre paraibano foi assassinado no Recife três meses antes da revolução e, sem ligação alguma com Curitiba, recebeu a honraria de ter seu nome substituindo o de um ilustre filho da terra.
O nome de Avenida João Pessoa persistiu até 1965, quando o então prefeito Ivo Arzua remodelou aquele espaço e alargou a Rua Quinze de Novembro. Foi quando as instituições culturais de Curitiba, encabeçadas pelo Instituto Histórico e Geográfico, fizeram uma campanha para o retorno do nome de Luiz Xavier para a Avenida, o que aconteceu 35 anos depois de lá ter sido alijado.
Na década de 1960 a Avenida Luiz Xavier já substituía o Senadinho, que ficava na Rua Quinze, como ponto de encontro em razão da aglomeração de cafés e de bares como o Guairacá e o Trocadero. Neste último, certa noite, os primeiros componentes da denominada Boca Maldita tentaram cortar os cabelos compridos do cantor Juca Chaves. Resultou que o artista, cada vez que se referia a Curitiba, a tratava como recanto de caipiras.
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