Local de agitação constante, apesar de ser ali praticamente o início da Rua XV de Novembro. Todos os acontecimentos importantes como desfiles, corsos carnavalescos, procissões, trote de calouros e toda agitação popular aconteciam, terminavam ou passavam pela velha Avenida, espaço urbanizado pelo prefeito Luiz Xavier em 1905, posteriormente batizada com seu nome.
Por ocasião da revolução ocorrida em 1930, foi resolvido mudar o nome para Avenida João Pessoa, em homenagem ao presidente da Paraíba, assassinado em uma confeitaria do Recife crime que a história conta como político, contestado por muitos como sendo passional. Portanto, a Avenida Luiz Xavier perdeu este nome em 1930 para ficar como Avenida João Pessoa até 1965, quando entidades culturais de Curitiba batalharam pelo retorno da designação original. O que ocorreu quando era prefeito o engenheiro Ivo Arzua.
Nas décadas de 1920-30, começaram a se instalar naquele espaço alguns cinemas como: Cine Palácio, Cine Avenida, Cine Glória, depois Odeon, e o Cine Ópera; tendo já no início da Rua XV o Cine Broadway, onde fora o Cine Central. Com esse aglomerado de cinemas, a Avenida recebeu o batismo de "Cinelândia", que perdurou até o desaparecimento dos cines.
O ambiente da Avenida se tornou ponto de encontro obrigatório do curitibano, principalmente nas saídas das matinês e dos vesperais. Ganhou fama nos anos 30 com a Casa do Mate, onde se reunia a elite no famoso salão de chá musicado. Na década de 1940, o local foi transformado na Confeitaria Guairacá, cujo bar fez história na boemia de Curitiba.
O curitibano, até a década de 1950, se reunia em torno dos cafés da Rua XV de Novembro; sendo os mais procurados os que ficavam na terceira quadra da rua, entre eles o "Belas Artes" e o "Alvorada", onde se encontravam todos os tipos notórios da cidade misturados aos cidadãos comuns. O local ficou conhecido como "Senadinho" e desapareceu como ponto de encontro com o fechamento dos cafés.
Na década de 1950, um grupo de estudantes se reunia na esquina da Avenida com a Travessa Oliveira Belo para, daí, partirem para seus programas, que podia ser um cinema ou então uma esticada no Bar Jockey Clube, logo ali na Rua Ébano Pereira, onde o italiano Tomazo Rotondo preparava seus drinks e petiscos. Um estudante paulista chamava a esquina da Avenida, onde se reuniam, de A Boca. O engenheiro e professor Abrão Fuchs certa ocasião, irritado com o fato de o pessoal marcar seus encontros na dita Boca, saiu-se com esta: "Vocês não têm outro lugar para se encontrar? Tem que ser nessa Boca maldita?" Pronto, num zás-trás surgiu o epíteto que permanece até hoje. Isso foi no início da década de 1950.
Atualmente a "Boca Maldita" está perdendo o seu charme, em razão do desaparecimento das suas figuras mais representativas, a maioria por falecimento. Figuras notórias e muitas delas folclóricas, atrativos da fauna humana do local, não mais são vistas, viraram os Fantasmas da Boca Maldita. Entretanto, tem uma época em que o local se apinha de malditos. É quando se aproxima o período eleitoral, aí o passante vai encontrar mesinhas e barraquinhas atulhadas de propagandas de candidatos, todos sorridentes em seus melhores retratos, então podemos dizer que o local faz jus ao apelido: BOCA MALDITA!
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