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O limpa-trilhos executa o seu trabalho na linha dos bondes de mulas na Luiz Xavier, em 1904
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O então prefeito Luiz Xavier urbanizou a avenida, deixando a parte central para os bondes, separada das alamedas laterais por duas alas arborizadas. Foto de 1907
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Foto aérea da Avenida João Pessoa feita em 1948 mostra toda a sua extensão, desde a Praça Osório até a Rua Ébano Pereira
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Em 1930 vamos encontrar a avenida já com linhas de bondes elétricos, surgindo os primeiros cinemas e o Edifício Garcez em construção
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Em 1939, a Avenida João Pessoa ostenta prédios de vários andares, como o que aparece em construção para abrigar o então famoso Braz Hotel. A foto é do dia Sete de Setembro de 1939
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A Avenida Luiz Xavier na atualidade, em dia de pouco movimento
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Mantendo a tradição de longo tempo, o pessoal contemporâneo se reúne em um dos cafés da Boca Maldita para uma disputa de jogo de palitos
No meu tempo de piá, o comentário sobre a então Avenida João Pessoa era que quem não tinha nada o que fazer ia fazer lá. Em suma, era como se estivessem designando aquele trecho de Curitiba como sendo o epicentro da vagabundagem, um território ocupado pelo pessoal sem compromisso com a faina diária, a labuta e o batente.Hoje em dia não está muito diferente, a Avenida Luiz Xavier seu nome original, que foi mudado em 1930, durante a revolução, e que só voltou em meados da década de 1960 é a chamada Boca Maldita, apelido que lhe foi dado pelo engenheiro Abrão Fucks, de saudosa memória. Ela continua reunindo a turma do dolce far niente. Com ressalvas, é muito claro, ao pessoal aposentado que ali faz o seu ponto de encontro.
Considerada como a avenida mais curta do mundo, diga-se que não se sabe por quem, o local vem sendo a vitrine de Curitiba desde eras já perdidas na ampulheta implacável do tempo. Todos os acontecimentos importantes começavam ou terminavam ali, quando não tinham suas passagens pelos seus poucos mais de cem metros de extensão.
Desfiles, corsos carnavalescos, passeatas de protestos, préstitos festivos e mais um sem-fim de comemorações urbanas. O curitibano principiava sua vida na Avenida Luiz Xavier já na dita tenra infância, quando desfilava com seus aventais brancos como estudante de alguma escola pública, depois como soldado do Exército, na juventude. Era ali que ia participar dos carnavais, então realmente animados. O lazer dominical era curtido nas matinés dos cinemas que davam então outro apelido para a curta avenida: Cinelândia.
Hoje, a Avenida Luiz Xavier continua a ser o local mais importante de Curitiba para todos os eventos que dependam da concentração de público. Toda e qualquer promoção que preze deve se apresentar na Boca Maldita. Quando tal lá não acontece, a cidade simplesmente não toma conhecimento de que alguma coisa foi promovida.
Apresentamos algumas fotografias antigas e atuais desse ponto de encontro, um buraco negro que engole sem parar todos os acontecimentos populares promovidos em Curitiba, desde priscas eras.
