Na semana que passou publicamos uma pequena história do Matte Leão, fato que despertou a curiosidade de muitos leitores, principalmente jovens, que desejam saber mais sobre o ciclo da erva-mate, que foi um dos três períodos mais importantes da economia do Paraná.
A história do mate aqui no Sul pode ser comparada, em menor escala, com a da cana-de-açúcar na Região Nordeste. Depois da exploração do ouro, a erva-mate surgiu como o grande filão econômico, principalmente por ser uma economia safrista, tendo os ervais como um benefício natural onde o homem colhia o que nunca plantara.
No século dezenove e até meados do vinte, o mate movimentou indústrias com a matéria-prima fornecida pelos colonos do interior. A importância desse vegetal, originário do Paraguai, para a vida socioeconômica do Paraná antigo pode ser refletida em uma obra monumental: a primeira Universidade do Brasil, criada aqui em 1912, no auge do progresso ervateiro.
Para dar uma pequena idéia da importância do que foi o Ciclo do Mate, vamos usar algumas fotografias que copiamos de uma espetacular coleção de negativos em chapas de vidro tamanho 12x18 cm. Material esse que foi executado entre 1923 e 1928 pelos editores Capri & Olivero para ilustrar alguns álbuns que fizeram sobre o Paraná, principalmente com fotos e histórias dos então existentes produtores rurais. O fotógrafo era o Olivero, que gravou as chapas com ótimo conhecimento de reportagem fotográfica. Agradecemos o enriquecimento do nosso acervo ao amigo Luiz Gil Leão, que gentilmente nos brindou com os negativos.
Começamos com a foto de um comboio de carroças em estrada no município de Palmas, no ano de 1923. Cada carroça levava de dois a três mil quilos de erva-mate cancheada e ensacada. Na segunda fotografia, vemos outro comboio de carroças atravessando um rio no seu vau, também na mesma época. Hoje nos queixamos das estradas e dos transportes. As carroças levavam semanas e até meses para completar uma viagem.
A terceira foto mostra os galhos da erva-mate sendo carregados em carroça, com destino ao barbaquá onde teriam as folhas secas. Na quarta fotografia, aparece outro meio de transporte para o mate cancheado: a tropa de mulas e cavalos, carregada com os fardos cujo destino seria o engenho de beneficiamento.
A quinta imagem mostra outro meio de transporte que surgiu para carregar a produção ervateira de todo o vale do Iguaçu até o final da linha em Porto Amazonas. Eram os vapores que surgiram no início da década de 1880. Nessa foto de 1928, vemos em primeiro plano o vapor "Palmas".
Na sexta fotografia, vemos a embalagem sofisticada das barricas feitas em pinho, especialmente para a erva-mate de exportação. Na imagem, aparecem os três tipos de mate exportado: o argentino, o chileno e o uruguaio.
A erva-mate possuiu sempre o poder de congregar socialmente o sulista. Na sétima fotografia, vemos o interior da sofisticada "Casa do Mate" com a elite curitibana lotando o seu salão, que ficava no térreo do Palácio Avenida. Esse ambiente desapareceu no final da década de 1930, dando lugar para a instalação da famosa Confeitaria Guairacá, saudoso endereço da Avenida Luiz Xavier.
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