A Nostalgia deste domingo faz um retorno à Rua Barão do Rio Branco, focalizando com mais detalhes o entorno do que já foi a nossa Estação da Estrada de Ferro mostrando o velho prédio, a inútil "Ponte Preta" e juntando com algumas pinceladas certos acontecimentos históricos, que na atualidade poucos lembram ou têm conhecimento.
Na semana que passou, folheamos um álbum fotográfico sobre a Curitiba atual com magníficas fotografias coloridas, sendo reservado para imagens do passado um pequeno espaço. Uma das fotos antigas nos saltou sobremaneira à atenção, na legenda da mesma consta que a ilustração de um prédio seria da Estação Ferroviária de Curitiba, foto creditada ao fotógrafo Arthur Wischral. Talvez por um cochilo dos revisores do material histórico inserido na publicação, a imagem que se vê é da Estação da Estrada de Ferro São PauloRio Grande, da cidade de Ponta Grossa. Sem desejar, aquela gare da Princesa dos Campos está fazendo parte da paisagem curitibana.
Deslizes acontecem, segundo o mais que batido chavão: "Errar é humano!" Ninguém está livre de cometer uma gafe. Quando o erro está impresso no papel e não é percebido pode confundir, não no presente momento mas no futuro. Coisas que não ocorrem na televisão e no rádio, principalmente neste. A transmissão radiofônica é coisa de momento, se o ouvinte não perceber a rata fica por isso mesmo.
Há pouco tempo, ouvimos de um comentarista "sabe-tudo" falando sobre o estado de Santa Catarina e dando ênfase a que uma das maiores epopéias daquele rincão foi a retirada da Laguna. É isso mesmo, dito em alto e bom som. A retirada sucedida durante a Guerra do Paraguai ocorreu no estado do Mato Grosso, e a laguna onde se deu o acuamento ficou célebre através do historiador e oficial do exército Visconde de Taunay, que no seu livro, com o título "A Retirada da Laguna", contou o martírio dos soldados brasileiros, ceifados não pelo inimigo mas por uma epidemia de cólera.
Na mesma rádio, durante as comemorações do aniversário de Curitiba, uma repórter descrevia o teatro que leva o nome de Paiol como sendo construído em 1874 e recuperado no início da década de 1970, tendo sido inaugurado com a presença de Vinícius de Morais. Realmente, foi o poeta que fez a primeira apresentação naquele local. Entretanto, o dito Paiol foi construído em 1913, pelo prefeito Cândido de Abreu, para abrigar latas de combustíveis que abasteciam os primeiros caminhões e automóveis da prefeitura. Quanto ao verdadeiro Paiol da Pólvora, pertencente ao Exército, este sim foi construído em 1874 e bem retirado da área urbana, ficava onde as atuais Ruas Getúlio Vargas e Buenos Aires se cruzam, um pouco acima do Estádio Joaquim Américo. Em 1937, o Paiol da Pólvora, o verdadeiro, foi demolido.
Vamos aproveitar o fato de termos citado a Estação para colocarmos na Nostalgia deste domingo algumas fotos tanto da própria Estação como da Rua Barão do Rio Branco. Principiamos com a imagem da Estação em 1903, onde se pode notar que ainda não existia a Praça Eufrásio Correia, e à esquerda aparece um dos famosos quiosques onde se vendia de tudo, principalmente apostas no jogo do bicho.
Na segunda fotografia, vemos um trecho da Rua João Negrão. Em destaque, o viaduto da Estrada de Ferro sendo transposto por uma locomotiva "Maria-Fumaça". Notamos também que o viaduto ainda estava pintado com cor de alumínio, mais tarde coberta por tinta preta. Aparece ainda o prédio da administração da Rede Viação, em construção. A foto é do dia 25 de abril de 1946.
A terceira foto mostra os armazéns da Estrada de Ferro destruídos pela explosão ocorrida no dia 1.º de julho de 1913, tendo vitimado cerca de 15 pessoas. A explosão em nada afetou o prédio central da Estação, apesar da grande destruição que proporcionou ao redor.
A quarta fotografia foi tirada de uma das janelas da Estação, no dia 9 de setembro de 1910, e mostra a Rua Barão do Rio Branco na época ainda denominada Rua da Lyberdade , apinhada de povo que acompanhava o embarque do então famoso Tiro Rio Branco para o Rio de Janeiro.
A quinta foto mostra o alto da Rua Barão do Rio Branco, na esquina com a Rua XV de Novembro, em 1931. Devido à ligação que a Barão fazia com o centro da cidade, seu espaço continha muito das casas comerciais mais importantes da cidade. Nessa época, a ligação para quem ia ou vinha dos bairros de transporte coletivo eram os bondes elétricos, como o que aparece na foto.
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