Primeiro tempo: Esta página de memórias sempre recebe a colaboração de seus leitores em histórias e fotografias antigas. Do nosso amigo Nelson Zagonel, tivemos o prazer de receber a imagem que ilustra a Nostalgia deste domingo. A tomada aérea feita por um amigo de Zagonel na década de 1960 mostra o que podemos considerar o miolo do bairro Bigorrilho.
No meio da foto, bem embaixo, vemos a antiga "Igreja dos Passarinhos" que na época ainda não era conhecida por este nome. À extrema esquerda, tem a construção do Hospital Evangélico. A rua que se destaca é a Alameda Princesa Izabel, sendo cruzada pela Rua Bruno Filgueira, que interronmpe já ali na Alameda Augusto Stellfeld. Na outra quadra está a Rua Francisco Rocha, em cuja esquina mora o Zagonel.
A rua em curva, que passa junto ao Hospital Evangélico, é a Desembargador Otávio do Amaral, que termina na Saldanha Marinho. Para cima da Saldanha vemos um pedaço da Carlos de Carvalho que, a partir da Francisco Rocha, era um estreito caminho de barro e finalizava no campo do Juventus. No canto superior direito, desfocado, aparece o Grupo Escolar Júlia Wanderley.
O leitor que conhecer a região poderá destacar outros detalhes interessantes sobre pontos de referências que existiram e outros que ainda estão lá.
Segundo tempo: Agora estamos na atualidade, dia 23 de janeiro de 2006. O local é exatamente o mesmo da fotografia feita há mais de quarenta anos. A Igreja dos Passarinhos, imponente, na esquina da Bruno Filgueira. Na Princesa Izabel funcionam algumas casas comerciais dedicadas à gastronomia. Duas pizzarias, um restaurante exótico, um bar e petisqueira de freqüência selecionadíssima e um bistrô. Todos esses estabelecimentos possuem uma freguesia apreciável.
O leitor pode já fazer uma idéia dos tipos de automóveis que ficam estacionados nas cercanias, um chamariz para ladrões de carros. Curiosamente os veículos que são roubados ficam estacionados na Rua Bruno Filgueira e, mais curioso, o dia que os gatunos preferem para levar os automóveis são as segundas-feiras. Um dos premiados, na segunda passada, dia 23, foi este escriba. Carro velho, 1994, já meio baqueado, não escapou da turma dos desmanches. Como disse o policial que lavrou o Boletim de Ocorrência: Isto é coisa de ladrão pé-de-chinelo!
No dia fatídico não apareceu uma única viatura policial. Agora, no dia seguinte, era bonito de se ver o desfile que duas viaturas fizeram, a do bairro do Bigorrilho passou pelo local uma dúzia de vezes, veio até a das Mercês, que também deu as suas voltinhas. Era como se dissessem: Aqui tem polícia! Todo mundo sabe que tem, o problema é que na hora que se faz necessário sempre estão em outro local. Um lembrete às autoridades de plantão: os dias preferidos pelos ladrões de carros naquele local são as segundas-feiras, nunca voltam nas terças.
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