Este mês possui significados especiais pelos tipos de acontecimentos que estão implantados em seus curtos vinte e oito dias de existência. Aos curitibanos e, de certa maneira, à maioria dos paranaenses com fatos ligados à história, à religião e às intempéries.
Apenas com a citação da palavra fevereiro nos vem à mente que teremos carnaval, surge o desânimo que significa fim de férias e começo do calendário escolar. Fevereiro é o mês que o cidadão tem que se lembrar de que César existe e dar a ele a grande parte da sua contribuição anual.
Foi durante o mês de fevereiro de 1894 que Curitiba sofreu um grande acontecimento dentro da história do Brasil. Sucedeu com a Revolução Federalista quando a cidade foi invadida e tomada pelas tropas gaúchas, tendo o ponto mais importante no Cerco da Lapa e na resistência daquela cidade que se tornou um marco admirável na história do Paraná.
Os moradores mais antigos lembram que as grandes enchentes no centro da cidade aconteciam durante os aguaceiros que despencavam no mês de Aquário. Quanto pintava fevereiro, na folhinha, os comerciantes da região central tratavam de erguer suas mercadorias do nível do assoalho por saber que as águas inundariam, de surpresa, seus estabelecimentos.
Em fevereiro tem Carnaval, o de Curitiba sempre teve seus altos e baixos. A folia no tempo dos corsos pela Rua XV era agitada, não importava se o tempo estava firme ou despencava água, o povão lotava a via pública. Era o tempo dos blocos que percorriam os bailes das sociedades. Note-se que todas as sociedades realizavam seus bailes, das mais modestas às mais elitizadas.
No fim de fevereiro ou começo de março acontecia outro fato importante que graças à sua irreverência competia com a folia carnavalesca: era o famoso trote dos calouros da nossa Universidade, um acontecimento que abarrotava de gente a Rua XV. Infelizmente esse espetáculo da liberdade da opinião estudantil não mais existe.
Na atualidade o fevereiro ainda nos mostra o fim da temporada nas praias, os aguaceiros ainda persistem e o carnaval se debate para não acabar. O trote estudantil foi substituído pela corrida atrás das vagas nas universidades.
De resto sobraram os fatos históricos, como o Cerco da Lapa, tendo ainda a fundação da Gazeta do Povo no dia 3 de fevereiro de 1919.
Ah! Ainda lembrar que o escriba aqui é aquariano de um longínquo fevereiro de 1936.
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