Contando com mais de meio século na profissão de fotógrafo de imprensa e um bom tempo lidando com fotografias históricas, muitas delas com trabalho meticuloso de recuperação, não foi nem uma nem dez vezes que escutei a frase: Que pena que a foto não é a cores! Aprendi que a imagem em preto e branco nas fotografias são bem mais clássicas, portanto exigem arte e conhecimento. Afinal, o nome já diz: Foto, luz. Grafia, gravação. Imagens feitas de luzes e sombras.
Antigamente, certos estúdios fotográficos coloriam as fotografias com tinta a óleo, sempre a pedido do cliente. Era um trabalho artístico, entretanto irreal. Quando surgiram as primeiras fotos gravadas em cores nos filmes e depois em papéis, assim como os filmes tecnicolor apresentados nos cinemas, isto na década de 1930, o sucesso da novidade foi estrondeante. As fotos coloridas eram caras e, com o tempo, perdiam as cores. Somente nos últimos vinte anos ficaram mais confiáveis.
A razão de a Nostalgia apresentar hoje quatro fotografias colorizadas é para atender muitos dos que dizem ser uma pena não ser em cores e, sinceramente, para também satisfazer à curiosidade aqui do escriba em saber como será a receptividade dessa experiência pelos inúmeros leitores desta página.
As fotografias, que originalmente são em preto e branco, foram colorizadas via computador e seguem na seguinte ordem: a maior apresenta uma carruagem em frente ao Palácio do Governo, na Rua Barão do Rio Branco, no ano de 1913.
Na segunda fotografia, fizemos uma experiência, deixamo-la em tom sépia e colorizamos apenas as luzes do sinaleiro. A mesma foi feita na Rua XV de Novembro, quando ali se instalou tal aparelho em 1948.
A terceira é do vapor "Iguassú" navegando em Porto Amazonas na década de 1930, no próprio rio que lhe dava o nome, em grafia antiga, é claro.
A quarta fotografia foi feita na Colônia Teresina, no município de Guarapuava, onde vemos a balsa atravessando o Rio Ivaí no ano de 1919.
Escolhemos as quatro fotos porque elas mostram imagens ligadas à locomoção por meios de transportes que hoje só existem em livros de História.