Corria o ano de 1937, as notícias fervilhavam com informações vindas da Europa, onde Hitler, Mussolini, Franco e Salazar governavam seus países sob o tacão das ditaduras. No Brasil, o ditador Getúlio Vargas instituía o Estado Novo arrochando o regime. No Paraná, o interventor Manoel Ribas dirigia o estado e Curitiba teria três prefeitos.
Até o mês de junho de 1937 governou Curitiba o prefeito João Lothário Meissner que foi empossado no cargo em 1932 pelo interventor Manoel Ribas. De junho a setembro de 1937, a prefeitura ficou sob o comando de Aluizio França e que, neste curto período, ordenou a demolição do Teatro Guayra, que ficava na Rua Dr. Murici, fato que somente ocorreria mais tarde, por volta de 1942.
Ainda em 1937, em setembro, assumiu a prefeitura da capital o médico gaúcho Carlos Heller, que exerceria o cargo até 1938. Em 1937, no mês de dezembro, nasceu Jaime Lerner que também chegou à Prefeitura de Curitiba durante a ditadura militar instalada em 1964.
Entre os movimentos políticos que abalaram a cidade no período pré-guerra, nada foi mais forte que os participantes do Integralismo cujo líder era Plínio Salgado. Movimento fascista espelhado tanto em Mussolini como no nacional socialismo de Hitler, encontrou apoio principalmente entre os descendentes de alemães e italianos, que residiam em Curitiba, tendo também como adeptos seguidores das religiões católicas e luteranas.
Eram comum os desfiles dos simpatizantes do integralismo pelas ruas da cidade, todos vestindo camisas verdes, uma cópia tupiniquim dos camisas negras do fascismo italiano e dos camisas marrons, do nazismo alemão. Ficou famosa a reunião realizada no Teatro Guayra, à noite, após um desfile pela cidade com os participantes portando archotes. Uma verdadeira marcha au flambeau.
A não ser por essas agitações esporádicas de tais extremistas, Curitiba ia levando sua vida de cidade pacata, divertindo-se nos cinemas do centro da cidade. Participando das retretas que as bandas militares proporcionavam no coreto da Praça Osório ou então no coreto Mourisco do Passeio Público.
As ruas dos bairros ainda, em sua maioria, eram de terra o que infernizava a vida dos moradores com a lama na época das chuvas e a poeira no tempo de seca. Tais vias muitas vezes não passavam de caminhos marcados pelos rodados das carroças que por ali transitavam. Um dos exemplos que mostravam como as ruas eram descuidadas pela prefeitura ficava por conta da Avenida República Argentina que possuía um trânsito intenso dos veículos com tração animal. O leito da rua era coberto de saibro cuja poeira levantada era depositada nas fachadas das casas e nos jardins dando uma coloração única de tom ocre em ambos os lados e em toda extensão da via.
Para dar uma ideia dos aspectos urbanos de Curitiba, a coluna Nostalgia está mostrando algumas fotos do ano de 1937, assim como uma imagem de 1938.