A capital do Paraná entrou em frêmitos nos meios políticos na semana que passou, a presidente da República cá esteve distribuindo a mãos cheias verbas especiais, visando à melhoria do nosso, já precário, transporte urbano. Uma coisa leva a outra, por exemplo: quando foi que o governo central desovou benefícios para o progresso de nossa mui amada Curitiba? Durante o período da revolução o nosso planejamento urbano contou com apoio para que fosse desenvolvido o sistema das vias expressas. A coisa para meio por aí.
Vamos dar um mergulho no passado, vamos pegar o bonde da história e desembarcar no ano de 1912 e observar os acontecimentos até 1916. Nesse período governou o Paraná Carlos Cavalcanti de Albuquerque que, como presidente do estado, nomeou o engenheiro Cândido de Abreu para o cargo de prefeito de Curitiba. Ambos teriam exercido seus cargos sem muitas novidades se não tivessem a sorte de ter acontecido fato importante na história do Brasil. Um fabuloso empréstimo em libras esterlinas patrocinado pela Inglaterra, pago anos depois com as fantásticas terras do Norte do Paraná.
A parte que coube do empréstimo para a prefeitura de Curitiba não foi nada pequeno, para se ter uma idéia o prefeito Cândido de Abreu urbanizou e enfeitou a Praça Carlos Gomes e a Praça Eufrásio Correia, assim como reformou as praças General Osório, Tiradentes e a Santos Andrade, nesta última estava sendo construído o prédio da Universidade do Paraná, a primeira Universidade do Brasil e símbolo de Curitiba.
Coretos foram instalados nas praças Osório e Tiradentes e mais um, por sinal majestoso, no Passeio Público, esse parque recebeu obras especiais, além do Coreto Mourisco e do portão copiado do existente em Paris, em seu cemitério de cães, foram construídas grutas, pontes e uma cerca de cimento em torno de todo o parque imitando troncos de madeira. O mesmo estilo rústico foi usado na decoração da Praça Carlos Gomes. Todas essas obras foram inauguradas nos anos de 1914 e 1915.
Foi construído o prédio da sede da prefeitura na Praça Generoso Marques, inaugurado em 1916 quando Cândido de Abreu já havia deixado o cargo. Ainda no seu exercício foram adquiridos os primeiros caminhões para prestar serviços nas ruas de Curitiba, assim como o primeiro automóvel para uso do prefeito, foi o primeiro carro oficial do Paraná. Para armazenar as latas de combustível foi construído um depósito para os lados do Prado do Guabirotuba, prédio hoje denominado Teatro Paiol.
As esculturas que enfeitam os repuxos das praças Osório e Eufrásio Correia, assim como os coretos e outras obras que enfeitavam a cidade foram forjadas em uma fundição inglesa instalada no Rio de Janeiro, essa firma forneceu peças para a decoração das praças públicas da maioria das cidades do Brasil na época. Um bom negócio, o dinheiro vinha da Inglaterra e era gasto em obras produzidas por firma inglesa.
Ainda em 1913 Curitiba recebeu a melhoria do transporte urbano com a instalação dos bondes elétricos, que serviram a cidade por quase trinta anos, em principio tal serviço foi explorado por empresa francesa e depois transferido para uma companhia norte-americana.
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