A Copa do Mundo está aí. Todo mundo, aqui de Curitiba, se movimenta. O comércio vibra com as vendas relativas ao evento, a procura por aparelhos de tevê modernos está em alta, como também está nos seus melhores dias a busca pelas instalações das transmissões a cabos. Tudo isso acontece, ainda que os movimentos das bolsas de valores estejam em queda.Nada mais justo para uma terra em que o futebol é a coisa mais importante. Afinal de contas, o Brasil é, ou não é, o país do futebol? Nesta onda de oba-oba, a prefeitura resolveu também botar suas peninhas no rabo do pavão. Como a nossa seleção futebolística está hospedada lá no Centro de Treinamento do Caju, ficou resolvido em se engalanar o centro da cidade, apesar de que os craques canarinhos, os homenageados, provavelmente nem tomem conhecimento de tal tributo.
Tudo começou quando Curitiba foi uma das capitais brasileiras escolhidas para sediar a Copa de 2014. As mais diversas camadas de políticos pegaram o gancho, puxando a sardinha para as suas brasas, como se fossem eles os inventores do dito esporte bretão, acreditando que, através das chuteiras dos jogadores da nossa seleção, conseguirão emplacar votos nas urnas das eleições que aproximam. Deixando o pavão de lado; isso é o mesmo que contar com o ovo da galinha.
A nossa velha e maltratada Rua Quinze de Novembro vai ser adornada com bandeirolas e flores amarelas, e um monumento vai ser erigido na Praça Osório, como preito de gratidão a todos os jogadores que participaram nas diversas Copas em que a seleção do Brasil foi campeã, com direito a constar os nomes de todos os heróis que delas participaram. Como mera sugestão, proponho que ao final da longa lista se acrescente a frase: Êta nóis!
Outro ponto tradicional de Curitiba, a Praça Santos Andrade, está recebendo seu ornamento comemorativo em louvor à competição futebolística a ser realizada na África. O repuxo existente no centro do logradouro foi pintado, no seu piso, como imitação à Bandeira Nacional. Coisa que jamais aconteceu em qualquer evento cívico que ali se realizou desde a década de 1930, quando o dito adorno foi construído.
Muito bem! Enfeitado o pavão, vem a pergunta: E, por suposição, se a seleção brasileira de futebol não ganhar a Copa da África? Será o mesmo que a galinha cacarejar e não botar ovo algum? Otimismo é uma coisa, outra coisa é esquecer a máxima: Futebol é uma caixinha de surpresas! Mesmo assim, vamos torcer pela vitória.