O portador do pequeno cartaz preso em suas costas é um curitibano de quatro costados, herdeiro da tradição de seu ancestral, o visconde de Nácar. Sua pergunta deverá ter uma resposta em breve| Foto:
Fachada do Cine Broadway, na Rua XV de Novembro, em foto noturna no final da década de 1940
Uma das últimas fotografias da professora Júlia Wanderley junto com suas alunas na Escola Tiradentes. A mestra faleceu em abril de 1918. Seu busto, com o nariz quebrado, está à espera de recuperação. Que tal nossas autoridades culturais mostrarem respeito pelos nossos vultos históricos?
Nevada de 1928 (bem maior que a de 1975). A foto foi tirada por Alexandre Linzmeyer, na manhã do dia 1º de agosto daquele ano nos campos da Colônia Argelina, no Bacacheri
O Teatro Guayra ainda ao tempo em que funcionava, no final da década de 1930.
A imagem do Teatro Guayra demolido, cuja fachada ainda servia para a entrada de uma cancha de basquete ali instalada. Foto de 1947

Meio capenga, fui tirar os meus retratos do encontro realizado na Boca Maldita, na última terça-feira. Era o desagravo de um povo espoliado por políticos, nem todos, aboletados na Assembleia Legislativa. A vibração dos oradores me transportou para outros tempos, campanhas memoráveis nas quais tribunos de cultura como Bento Munhoz da Rocha ou carismáticos como Getúlio Vargas faziam o povo trepidar em aplausos.

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Com prazer ouvi, fascinado, as verdades irrefutáveis dos oradores que se seguiram, na cobrança sobre os desmandos realizados contra o erário, dentro daquela Casa de Leis. O discurso contundente do respeitável René Dotti, acompanhado, que foi, no assunto por um grupo de outros oradores importantes na sociedade paranaense e brasileira. A presença maciça do povo mostrou a vontade de todos, presentes ao ato, em ver a justiça ser executada contra os desmandos dos políticos implicados.

Faixas, cartazes e outras maneiras do povo se ma­­nifestar estavam ali presentes. O clamor do pú­blico, desejando o afastamento da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, se fazia presente ao término de cada discurso. Não se tenha dúvida alguma que a reunião de desagravo deste dia 8 de ju­­nho ficará para a história de Curitiba como um dos maiores atos de civismo já realizados em nossa capital.

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Mudando o assunto para coisas de nosso passado, especialidade desta página, vamos atender a alguns pedidos de nossos leitores, não sem antes lembrar que o busto da professora Júlia Wanderley continua atrofiado em frente do colégio que leva seu nome. Vandalizado pela segunda vez, está à espera de sua recuperação, e também com o devido resguardo. O governador Pessuti me afirmou que tomaria providências sobre o caso. Ó Pessutão! Tá demorando, olhe a foto da Dona Júlia, sentada em meio a suas alunas, com jeito de quem espera ser atendida.

Para o leitor que perguntou sobre o antigo Cine Broadway, querendo saber se o dito cinema era exclusivo da gurizada curitibana. Podemos afirmar que tal exclusividade era unicamente nas matinés de domingo, quando nem um adulto podia suportar a algazarra que a piazada fazia. Nos dias de semana, o cinema funcionava para o público em geral.

Outras perguntas que nos enviaram: "Onde ficava o antigo Teatro Guayra?" E também alguns jovens perguntam ansiosos: "Será que neste inverno Curitiba vai ter neve?" Para a primeira pergunta mostramos, na fotografia dupla, que o velho Guayra ficava na Rua Dr. Murici exatamente onde está a Biblioteca Pública, que foi construída tomando todo o espaço então ocupado pelo teatro, além do lugar tomado pelo quartel do Corpo de Bombeiros, que ficava na Rua Cândido Lopes. O teatro foi totalmente demolido em 1947.

Para a outra indagação nada podemos afirmar, apesar de que a cara do tempo está se mostrando mais ou menos parecida com as ocorrências das nevadas de 1928 e 1975. Sei que os jo­­vens, que ainda não viram a neve, estão esperando que o fenômeno torne a acontecer na cidade, isto sem contar com a meninada mais nova, co­­mo meus netos, que vivem perguntando quando é que vai nevar.

N.R. – Das tragédias que abalam a gente, a última aconteceu no dia 10 de ju­­nho: perdi um grande amigo e companheiro do Insti­­tuto Histó­­rico, Carlos Brantes.

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