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Nostalgia

Ewaldo Schiebler

Avião levantando voo em Matinhos. |
Avião levantando voo em Matinhos. (Foto: )
Caiobá em 1939. |

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Caiobá em 1939.

Avião do Aero Clube em 1938. |

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Avião do Aero Clube em 1938.

Igreja do Rocio em Paranaguá, 1938. |

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Igreja do Rocio em Paranaguá, 1938.

Bonde de mulas em Paranaguá, 1938 |

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Bonde de mulas em Paranaguá, 1938

Planador do Clube Ursinus, 1938. |

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Planador do Clube Ursinus, 1938.

Colocação do monumento de Santos Dumont, 1935 |

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Colocação do monumento de Santos Dumont, 1935

Ewaldo Schiebler pronto para voar, 1939. |

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Ewaldo Schiebler pronto para voar, 1939.

Era o início de 1948, começo do ano letivo. O colégio era o Belmiro César, antiga Escola Americana, instalada na Avenida Vicente Machado ao lado do Hospital São Vicente. O escriba aqui, um piá de 12 anos ainda incompletos, entrava no primeiro ano do ginásio. Foi naquele ano que se delineou o meu destino de vida.

Entre a turma logo se foram separando naturalmente os grupos de amigos, poucos dos quais ainda se comunicam após 60 anos passados. Uma das amizades que angariei foi a de Manfredo Schiebler, o Mani. Por uma questão de afinidade nos entendemos perfeitamente durante longos anos, apesar de que nos últimos tempos não tenhamos nos comunicado, obviamente cada um cuidando de seus misteres.

Nos anos seguintes, até 1953, o nosso convívio nas horas de lazer era dedicado à fotografia amadora. O Mani possuía um laboratório e câmeras sofisticadas para a época – foi a minha iniciação na arte da gravação de imagens e, sem imaginar, tal aprendizado me conduziria à profissão de repórter fotográfico e ao jornalismo. O Manfredo possuía um tio que era catedrático da Universidade em Odontologia, o professor Ewaldo Schiebler. Este ilustre mestre tinha como hobby a fotografia e a cinematografia, assuntos que exercia com maestria. Ainda jovem, com 47 anos, morreu em trágico acidente.

O tempo passou, já vinha eu me dedicando a bom tempo na procura de fotos antigas, o acervo já contava com um volume relativo de imagens, somando a doação dos negativos de Annibal Requião e as reproduções dos álbuns da professora Júlia Wanderley. Foi então que nos anos de 1960 o Manfredo me convidou para receber como doação os negativos em chapas de vidro que eram de seu tio Ewaldo, numa quantidade de mais de oitocentas peças.

As imagens extremamente nítidas contêm praticamente toda história da aviação civil em Curitiba, desde a mulher que subiu pendurada num balão no Passeio Público em 1909 até a criação do Aero Clube e seu desenvolvimento na década de 1940. A criação do Clube Ursinus de Planadores na década de 1930. Fotos impressionantes e belas feitas na Serra do Mar, principalmente na Estrada de Ferro. O litoral majestosamente fotografado. Paranaguá, Ilha do Mel, Ilha dos Currais e as praias – estas aparecem em seus surgimentos, tanto Matinhos como Caiobá.

Algumas, poucas, fotografias de Curitiba. Na capital, Ewaldo dedicou-se praticamente a gravar aspectos da Universidade do Paraná, de cujo prédio produziu notável coleção.

O professor Ewaldo Schiebler nasceu em Curitiba no dia 28 de fevereiro de 1902. Cursou o Ginásio Paranaense. Formou-se em Odontologia pela Faculdade de Medicina do Paraná em 1923; dois anos depois, pela mesma Faculdade de Medicina, formou-se em Farmácia no ano de 1925.

A partir de 1926 exerceu interinamente varias cadeiras de Odontologia. Em agosto de 1929 foi aprovado como professor catedrático, e esteve em exercício até a véspera de sua morte, em 4 de setembro de 1949. A trágica morte de Ewaldo Schiebler se deu ao pé do Marumbi, ambiente que freqüentava constantemente. Estava tentando filmar a flor de uma orquídea e para tal tentou limpar alguns galhos que o atrapalhavam, subiu em uma pedra e ao manejar um facão caiu sobre o mesmo recebendo grave ferimento, pelo qual momento depois perderia a vida aos 47 anos.

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