Confira o simulado de Português| Foto:

Nesta página de reminiscências, já abordamos desastres ocorridos em Curitiba do passado, incluindo os fatos que hoje publicamos. É de sapiência que temos memória curta, principalmente para acontecimentos calamitosos – quando tentamos apagar tais lembranças cruciantes.

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O exemplo mais recente temos com os acidentes aviatórios ocorridos num período curto, menos de um ano, em que ficaram enlutadas centenas de famílias brasileiras. A Nostalgia abordou há poucas semanas que a Bruxa está solta. Por uma coincidência, tais fatos macabros, segundo o dito popular, acontecem antes da entrada da primavera. Mais precisamente no raiar e durante o mês de agosto. O que não é totalmente verdade.

Não tivemos, ainda, a paciência de pesquisar se realmente tal época do ano é propícia a tais ocorrências catastróficas. Verdade é que – no parecer dos mais supersticiosos – o corrente mês é tido como tempo de desgosto, rimando com agosto. Ou então, como se dizia antigamente, que era o mês de cachorros loucos.

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A verdade é que estamos entrando no oitavo mês do ano com as ditas bruxas à solta. O noticiário dos jornais, rádios e televisões não se prendem unicamente a calamidades locais, como a explosão de um depósito de gás no bairro das Mercês na última quarta-feira. O noticiário mostra desgraças nos quatro cantos do mundo – se é que o mundo tem canto. Os Estados Unidos – nação do tope do Primeiro Mundo, principalmente em obras de engenharia – amargaram com o desmoronamento de uma ponte sobre o Rio Mississipi, onde ocorreram inúmeras mortes.

Como o nosso chão é aqui – nesta dita cidade de primeiro mundo, a nossa mui sincera Curitiba –, poderíamos perguntar por que as autoridades responsáveis permitem que se instalem verdadeiras bombas – como é o caso dos depósitos de gás –, prestes a explodir a qualquer momento, em meio a bairros residenciais e de compacta concentração humana? Comodidade?

Creio que não. É simplesmente pela razão de que, quando precisamos repor algum botijão vazio, pedimos à companhia distribuidora. Em menos de meia hora, a encomenda está em nossa porta.

Em Curitiba, houve muitas calamidades através dos tempos. Temos fatos não tão antigos, como a detonação de um caminhão carregado de dinamite no Juvevê e o desastre da loja de fogos de artifício na esquina da Rua Marechal Floriano com a Visconde de Guarapuava, ceifando vidas e causando prejuízos materiais.

Para lembrar, e também alertar, as autoridades que permitem a instalação desses depósitos arriscados, vamos mostrar dois fatos acontecidos no passado da cidade, onde perderam suas vidas dezenas de pessoas. Começamos com o acidente mais famoso, ocorrido em frente dos armazéns da Estrada de Ferro, na Rua Sete de Setembro, no dia 1.º de julho de 1913. Naquele dia, soldados do Exército descarregavam barriletes de explosivos, quando um deles caiu ao solo, e tremenda detonação abalou a cidade. Morreram estraçalhadas mais de dez pessoas.

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Outro impacto violento ocorreu no dia 4 de junho de 1936, quando uma fábrica clandestina de fogos de artifício, instalada nos fundos do Café Paiva, na Rua Comendador Araújo, foi pelos ares. A família Paiva sofreu o extermínio de vários de seus membros, incluindo crianças. Morreu inclusive um estudante de Medicina, na casa do outro lado da rua. Este jovem era um colaborador da Gazeta do Povo.

Estamos ilustrando a Nostalgia deste domingo com imagens desses dois acontecimentos trágicos na história da cidade. Na fotografia número 1, vemos o povo e autoridades correndo em direção dos destroços do Café Paiva, momentos após a explosão, na Rua Comendador Araújo, em 1936.

Na foto número 2, podemos ver a destruição causada ao armazém da Estrada de Ferro, pela detonação de explosivos do Exército, em julho de 1913. Na terceira foto, o interior do mesmo armazém no estado em que ficou. Na quarta imagem, vemos o presidente do estado, Carlos Cavalcanti, cercado de autoridades, presenciando os estragos ocasionados na frente da Estação, em 1.º de julho de 1913.