Igreja do Rosário, em foto de 1900| Foto: Acervo Cid Destefani
Canto da Praça Municipal, atual Praça Generoso Marques. Foto de 1914
Mercadinho Provisório do Batel, em foto de 1918. O local é ocupado atualmente pela Praça Theodoro Bayma
Detalhes daCasa Paranista, projeto de João Turin, em 1970
Rua Comendador Araújo, esquina com Coronel Dulcídio, em 1928
Avenida João Pessoa (atual Luiz Xavier), esquina com a Travessa Oliveira Bello, em 1940
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Atualmente é muito difícil se perder imagens da atualidade: todo mundo tem sua câmera de fotografia e tudo que vemos pode ser registrado sem o custo dos filmes e de seus processos para revelação. Já foi o tempo das máquinas fotográficas caixãozinho, das fotos em preto e branco, que amarelavam com o tempo, e dos volumosos álbuns de família. A produção e a qualidade das imagens estarão acondicionadas para se preservar a memória, quando o hoje já for um remoto passado.

Por sorte, Curitiba foi brindada, em seu passado, com a presença de inúmeros fotógrafos e retratistas que gravaram as esquinas hoje perdidas, os costumes, os meios de transporte, as diversões e o setor de indústria e comércio. O ciclo da erva-mate e o da madeira, com seus engenhos e serrarias, assim como o crescimento urbano da cidade, também foram amparados por outra economia, a do café produzido pelo Norte do Paraná. O fluxo de imigrantes europeus proporcionou a presença de muitos desses artistas da objetiva.

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A produção de fotografias, tanto nos ateliers como nos documentaristas de aspectos físicos da urbe, foi sem dúvida um grande legado do passado à nossa atualidade. Apesar do volume de tais obras, muita coisa se perdeu. O valor documental das fotos históricas e a sua preservação somente foram incrementados a partir da década de 1950, por ocasião das comemorações do Centenário do Paraná. Ainda hoje se chora o leite derramado pelo material extraviado e até mesmo destruído pelo descaso em sua preservação.

Nesta página da Gazeta do Povo, destinada à preservação de fatos e fotos históricas, são apresentadas imagens do passado, de coisas que não mais existem e que lamentamos pelas suas perdas. Entretanto, podemos saber como eram através das imagens que se protegeram contra o extravio e falta de conservação. A Nostalgia deste domingo apresenta sete fotografias de aspectos do passado de Curitiba que dão uma ideia sobre ambientes parcialmente, e mesmo totalmente, perdidos na paisagem da cidade.

Temos a foto da Igreja do Rosário, feita em 1900. Esse templo era conhecido como a Igreja dos Pretos, na época da escravidão, e também como a Igreja dos Defuntos, onde se encomendavam os corpos com destino ao Cemitério Municipal.

A fotografia feita, em 1914, de um dos cantos do Mercado Municipal, demolido para dar lugar ao prédio da Prefeitura Municipal, na atual Praça Generoso Marques. Vemos ainda a foto do Mercadinho Provisório, inaugurado em 1915 no espaço onde hoje está a Praça Theodoro Bayma, no Batel. Na foto de 1928, um aspecto da Rua Comendador Araújo, esquina com a Rua Coronel Dulcídio, onde se destaca a casa que pertenceu ao advogado Vicente Machado; além do bonde elétrico que servia os bairros do Batel e Seminário.

Temos ainda a fotografia da Avenida João Pessoa, esquina com a Travessa Oliveira Bello. A paisagem com os prédios antigos pouco mudou, o local com tais construções é uma referência aos meados do século passado, com a imagem gravada em 1940. Finalmente, temos duas fotos com detalhes da casa paranista, desenhada pelo escultor João Turin, onde se destacam as colunas encimadas por pinhas, os pinhões na fachada e o portão de ferro representando um pinheiro, símbolo do Paraná. Essa casa ficava na Rua José Loureiro, e as fotos são de 1970, feitas pouco antes de sua demolição ao ser indicada à preservação.

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