Cai, cai, balão! Nos velhos tempos era uma antiga canção para as festas juninas, ditas de caipiras, referindo-se aos objetos feitos com papéis de seda com vários formatos: balão travesseiro, pião, charuto, cruz, zepelin, mimosa e mais uma infinidade de modelos e tamanhos, alguns com duas ou três bocas onde estavam colocadas as tochas compactadas de tecidos de sacos de estopas encharcadas com querosene e recheadas com breu, cera ou parafina, estes últimos eram para aumentar o calor das chamas da tocha a fim de, segundo a tradição, dar maior potencia ao ar quente que enchia os aludidos balões.
Há alguns anos foi proibida a soltura de tais balões em razão de alguns deles terem causado vários acidentes, como incêndios em depósitos de madeiras e outros sinistros. Hoje em dia o refrão da canção da festa junina, segundo os gozadores, serve somente para zombar dos que viraram vários canecos de quentão – aí está a razão para o mote: Cai, cai, balão! As tradições de tais festas caipiras ainda perduram sem a presença das traquitanas movidas pelo fogo.
Sem ter muito sentido, a não ser um menosprezo pelo nosso caipira, colocando-o mal trajado mesmo em suas festas, fazendo-o aparecer ridiculamente trajado com roupas remendadas e mal calçado, chacoteando com os roceiros como se os mesmos não tivessem a menor noção de em suas festas colocarem as melhores fatiotas que possuem.
Grande número de colégios promovem tais festas caipiras ou juninas nos dias dos Santo Antônio, João, Pedro e Paulo, apesar dos tempos bicudos em que as escolas estão tendo dificuldades em retomar as aulas por causa da greve que esfria qualquer festejo, bem mais do que o próprio mês que abre a época mais fria do ano.
Observando melhor os nossos caipiras, principalmente aqui do Sul, vamos notar que grande parte é descendente de europeus que mantêm algumas tradições que nada têm a ver com as pantomimas e trajes mal enjambrados que se lhes destinam.
Dê sua opinião
O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate