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Nostalgia

Nas ondas do rádio

Theophilo Mansur animando a “Feira da Alegria” com Belarmino e Gabriela na Rádio Guairacá, em 1958 |
Theophilo Mansur animando a “Feira da Alegria” com Belarmino e Gabriela na Rádio Guairacá, em 1958 (Foto: )
Regional B2 se apresentando em maio de 1948 |

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Regional B2 se apresentando em maio de 1948

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O jovem locutor Theophilo Mansur no estúdio da Rádio Guairacá, em 1957 |

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O jovem locutor Theophilo Mansur no estúdio da Rádio Guairacá, em 1957

Surge a televisão, que vai substituindo os programas de rádio no início da década de 1960 |

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Surge a televisão, que vai substituindo os programas de rádio no início da década de 1960

A primeira vez que vi e ouvi um aparelho de rádio aconteceu há mais de 70 anos. O dito cujo era do modelo capelinha e que também era conhecido como caixão de abelhas, pelo ruído que produzia com as descargas estáticas. O som vinha da Alemanha e quem grunhia numa língua estranha não era senão o próprio Adolph Hitler. Para o piá de 4 anos nada queria dizer que estava sendo testemunha auditiva da história.

Hoje escuto rádio mais para quebrar a monotonia da solidão, apesar de que, em muitas ocasiões, tenho a impressão de que meus ouvidos foram transformados em penicos. Os programas atuais, se não forem bem selecionados, são de lascar. Uma boa música ou então uma crônica sensata para ser ouvida tem de se garimpar nas estações transmissoras.

As transmissões dos jogos de futebol variam conforme os locutores. Contudo, a pior coisa que pode haver são os comentaristas que torcem para um dos times que estão jogando, o que é uma injúria para os ouvintes. Pior de tudo, entretanto, é comentarista de noticiários quando se mete a professor de Deus. Existe um que de vez em quando se borra, desconhecendo história e geografia do Brasil.

Quando se trata de noticiário, a maior ênfase é dada ao mundo cão do crime, onde se nota a crueza das narrações, tudo isso para ganhar audiência. Tem emissora que chega ao cúmulo de repetir a ocorrência várias vezes durante três e até quatro dias seguidos, não se importando que tais notícias, além de sádicas, são extremamente requentadas. Essa é a impressão que algumas rádios me causam na atualidade.

A Nostalgia de hoje vai dar um mergulho em tempos idos, quando existiam apenas três emissoras que se destacavam: a Rádio Clube Para­­­naense – PRB2, a Rádio Marumbi e a Rádio Guairacá – ZYM5, a Voz Nativa da Terra dos Pinheirais. A PRB2, a mais antiga, fundada em 1924, destacava-se na década de 1940 pelos seus programas de auditório e, principalmente, pela sua equipe de radioteatro. Em 1947 surge a Guairacá, vizinha da B2 na Rua Barão do Rio Branco. Veio a M5 com um vasto programa de atrações, principalmente com a participação do público em seu auditório.

Para contar um pouco daqueles bons tempos, vamos pegar um advogado, hoje professor emérito da Unicuritiba, com 43 anos de magistério, mestre em Direito Econômico e Cidadania. Quando jovem, ainda sem imaginar que um dia seria famoso como advogado e professor, Mansur Theophilo Mansur estreou como locutor e animador de programas de auditório na Rádio Guairacá, em 1957.

Lembra que animava no auditório a "Feira da Alegria", cuja atração principal era a dupla Nhô Belarmino e Nhá Gabriela, que tinham o forte patrocínio do Sabão Amazonas e Cera Canário e das Casas Lorusso. Mansur vai desfilando uma quantidade de nomes de artistas, locutores que então eram chamados de "spea­­kers", um verdadeiro rosário de colegas radialistas.

Theophilo Mansur, ao se formar, encerrou sua carreira de radialista na PRB2, também como locutor e animador de programas de auditório. Quem conhece o professor Mansur pode perfeitamente aproveitar uma das suas aulas de como eram as rádios no seu tempo de juventude. Vale a pena um papinho num dos Cafezinhos da Boca.

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