As coisas muitas vezes chegam repentinamente, num estalar de dedos. O tal aquecimento global já está sendo martelado há anos na cabeça da humanidade. As geleiras vão derreter, o nível do mar vai subir e muitas localidades litorâneas desaparecerão. Tais avisos partem de cientistas, estudiosos do clima da terra, entretanto poucos acreditam no imediatismo de tal catástrofe.
Vai faltar água no mundo, já está faltando. O Brasil, este pais abençoado por Deus, até dois anos passados não imaginava, ou mesmo não se importava, que poderia entrar em uma catástrofe hídrica. O flagelo chegou a São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais além de continuar historicamente pelo Nordeste. A situação caótica esta apavorando as populações e os prefeitos e governadores. Acompanha tudo isso o escândalo da corrupção na Petrobras. É muito urucubaca numa pancada.
Assim como vão saltitando as notícias sobre a escassez do precioso líquido, com ameaças de racionamentos para os lados dos nossos estados vizinhos aqui do Sul. Em Curitiba e no Paraná a companhia que cuida do fornecimento domiciliar das águas encanadas está garantindo que tomou todas as providencias par que o fornecimento esteja certo por mais quarenta anos.
Por estar tangendo meus oitenta anos vou recordar o que vi e vivencie na infância e juventude. No espaço em que nasci, no Batel, conheci rios, riachos, banhados e olhos d'agua, todos limpos e cheios de vida. O Rio do Ivo, com nascente entre o Batel e o Bigorrilho, entre a década de 1940-50 tinha suas aguas cristalinas habitadas por pequenos peixes, guarus e lambaris.
Um riacho cuja nascente ficava no terreno do Engenho Iguaçu, hoje sede de uma Igreja Presbiteriana, era afluente do Rio do Ivo alcançando-o na Rua D. Pedro II. O Rio da Agua Verde que nascia num banhado entre as ruas Carneiro Lobo e República Argentina era outro escoadouro de aguas límpidas. Naquela época só existia o Rio Belém poluído pelos despejos químicos do curtume que existia no São Loureço, suas aguas de tom lilás empestavam o lago do Passeio Publico.
O Rio Bariguí contornando a cidade ia adicionando os nomes dos bairros por onde passava e era o preferido para o banho e as pescarias da piazada. O Rio Iguaçu, na divisa de São José dos Pinhais, ou em Araucária, era o preferido para as pescarias e o laser dos curitibanos há sessenta anos passados. Hoje são todos condutores de águas mortas, condutores de toda espécie de esgoto.Nossas águas
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