O velhinho foi embora! No meu tempo de piá ficava imaginando a despedida e a entrada do ano normalmente ajudado por gravuras onde aparecia o desenho de uma criança com fraldas simbolizando o ano que começava e a figura de um velho alquebrado indo embora, representando o ano que findava. Mexendo em meus guardados (quanto mais velha a gente é, mais guardados e quinquilharias possuímos), encontrei uma gravura da entrada do ano em que nasci: 1936. Aproveitei para mudar as datas para a atualidade, deixando as figuras: o tempo com seu forcado, com o ano novo sentado sobre a lâmina e empurrando para fora de cena o ano velho.Tal simbologia está em desuso, démodé; e não se vê mais em gravura alguma. Hoje os tempos mudaram, principalmente os nossos velhos tempos que ficaram apenas nos flashes da memória.
Na atualidade, para mim, o melhor tempo começa hoje, é quando Curitiba fica praticamente vazia. O povão arribou para o litoral para tirar um merecido descanso, com direito a banhos de mar e outros de bar.
Curitiba sem engarrafamentos, nada de tropéis, as ruas com seus trânsitos livres. A cidade fica fotogênica, as imagens não são poluídas pelos automóveis, os pedestres não escondem as fachadas das lojas; enfim, é um tempo de os velhos curtirem o tempo. Para a maioria da população, a curtição chama-se temporada de praias. Como quase todo mundo está salgando o couro, e a Gazeta do Povo está fazendo cobertura desse tempero, a Nostalgia vai mostrar um pouco do litoral de antigamente para o leitor que está se tostando ver e comentar. Ora veja como era!
N.R. Desejo a todos os amigos e leitores um ano novo cheio de boas realizações. Lembrando que estamos no 21.º ano de circulação da Nostalgia.