Quantas vezes já não escutamos a exclamação admirada de alguém que não sentiu o tempo passar: "Não é possível que tenham passados tantos anos! Parece que foi ontem!". Realmente, a nossa memória tem a capacidade de nos pregar essas peças. Encontramos um velho conhecido de anos passados: "Como fulano envelheceu!", pensamos cá conosco, esquecendo sempre de nos mirarmos no espelho para ver as rugas do tempo, marcas que mostram quanto mais antigos já ficamos.
A Gabriella, minha neta de 7 anos, vive perguntando se tal coisa é antiga ou então se isso é do seu tempo. Perguntas geralmente dirigida a sua mãe, que embatuca para explicar que não é tão velha assim. Sem saber, a menina acabou me dando assunto para a Nostalgia deste domingo de primavera.
Vamos pegar certas coisas que já desapareceram do cotidiano de nossa vivência, para calcular quanto poderá ter de idade quem as presenciou. Tomemos como primeiro exemplo o seguinte: o leitor chegou a ser passageiro de bondes em Curitiba? Se a resposta for positiva, o ilustre tem bem mais de 60 anos, pois tal condução parou de circular pela cidade em 1952. Outro exemplo: recordam-se quando a Rua XV dava trânsito para automóveis? Lembraram? Foi em 1972. Então, são todos acima dos 40 anos. Estão nessa faixa os que se lembram da maioria das ruas calçadas com paralelepípedos, que foram cobertas com asfalto.
Quem chegou a conhecer as duas ruas marechais, tanto a Floriano como a Deodoro, quando eram estreitas? Taí, todos que conheceram estão com mais de 50, pois foi em 1965 que elas foram alargadas. E assim vamos descobrindo, mais ou menos, a idade de cada um. Quem viajou de avião pela Real ou Aerovias em seus Douglas DC3? Comprou jornal dos pequenos jornaleiros que percorriam as ruas gritando as manchetes? Contratou carreto com os carroceiros que transportavam de tudo em suas gaiotinhas?
Quem já vivenciou tudo isso e mais um pouco, pode se considerar feliz por estar vivo há tanto tempo e ter sido testemunha ocular e auditiva dos acontecimentos de um passado que poucos ainda recordam como sendo coisas de seus tempos. O resto é nostalgia.
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