Domingo de carnaval, o povo comparece em massa ao centro de Curitiba para apreciar o corso o desfile de blocos e para passear e brincar nas guerras de serpentinas, confetes e se refrescar aos jatos dos lança-perfumes. Quando isso? Agora? Jamais! Já foi o tempo em que existia folia carnavalesca na cidade. Hoje, a festa não passa de uma tentativa moribunda de alguns poucos abnegados.O carnaval de rua escafedeu-se para o litoral, em Antonina e Paranaguá e nas praias, onde o curitibano participa ou como mero espectador ou faz parte das ditas bandas que animam as principais praias da orla.A pena de morte da folia momesca em Curitiba teve sua decretação quando a Rua XV de Novembro foi fechada para uso exclusivo dos pedestres e o consequente banimento dos automóveis do local. A prefeitura ainda tentou transferir a festa para a Rua Marechal Deodoro, trazendo inclusive um trio elétrico para animar os soturnos curitibanos, gente acanhada e acostumada às suas tradições. Na Deodoro, o carnaval começou a sua agonia fatal. Agora, na Avenida Cândido de Abreu, dá os seus últimos estertores.Pobre carnaval! Neste ano tem ex-cola de samba que foi procurar seus adereços e fantasias no lixo da cidade dependendo, inclusive, do beneplácito de carrinheiros juntadores de papel para a confecção dos adereços dos seus componentes assim como para a ornamentação de seus ditos carros alegóricos. É de fato um carnaval de extrema pobreza quando o que ainda resta de foliões tem de se enfeitar com peças recolhidas em detritos cujos destinos deveriam ser o nefasto aterro da Cachimba.A morte sem anúncio que o carnaval curitibano sofreu começou quando a prefeitura, já há longo tempo e politicamente promocional, começou a dar prêmios em dinheiro para os melhores blocos e, depois, para ditas escolas de samba, resolveu distribuir um patrocínio que, tomando como exemplo, neste ano ultrapassa os 500 mil reais no geral.Outra grande ajuda para a liquidação da diversão foram os recolhimentos de direitos autorais estipulados para os bailes realizados em clubes de elite e, principalmente, nas sociedades operárias. Taxas cobradas, somente no carnaval, que ultrapassavam o valor pago para as orquestras que animavam as danças. Hoje em dia não se encontra mais clubes festejando Momo, como se faziam num passado não tão remoto.
Para quem não aprecia mais o carnaval da atualidade como eu, que completo meus 74 nesta data, Curitiba é um paraíso, sossego absoluto quando, no máximo, o que se faz é relembrar os bons tempos dos bailes ricos de fantasias realizados em todos os clubes da cidade, assim como a Rua XV de Novembro fervilhava de gente que então apreciava a festa. Hoje, a capital do Paraná é o símbolo do mais pobre carnaval do Brasil.
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