Conversa vai, conversa vem e aqui, na Nostalgia, vamos mergulhando em tempos idos. Remexendo nas velhas imagens, que pela visão de futuro de alguns ancestrais foram preservadas. Muitas vezes esta página é comentada por leitores das mais variadas faixas de idade os mais antigos gostam de relembrar e os mais jovens desejam saber como eram os tempos passados.
Com tudo isto, uma vez ou outra aparece alguém que discorda com o que fazemos. Dar valor as coisas do passado contrai a visão do futuro mostrando, as passagens, boas e más, que aconteceram antes da geração ora existente. Quem tem tal raciocínio pouco se lixa se todas as bibliotecas do mundo forem queimadas. Como diria aquele filósofo da antiga Vila Capanema: Quem não dá valor ao passado é por que não o tem e, se por acaso o tiver, o mesmo deve ser negro. Só pode ser filho de chocadeira!
Hoje, mais do que nunca, a humanidade rebusca o passado na tentativa de levantar fatos acontecidos e julgá-los para que nada do que aconteceu de maléfico se repita. Tudo tem sua história. Para gravá-la o ser humano tem o dom da racionalidade. Desde eras remotas o homem vem dando nome a tudo, animais, vegetais, minerais, acidentes geográficos, astros e estrelas. Enfim o que existe no Universo conhecido já foi batizado, para que com suas qualificações venham a matar a curiosidade de nossa sabedoria e, assim, entrem para a nossa história.
Nada como uma figura para nos fazer viajar, ter ideia de como eram as coisas. O homem das cavernas já tentava contar sua historia através das pinturas rupestres. A mais discutida imagem histórica descoberta é a do Santo Sudário. Estaria ali a fotografia de Cristo, gravada milagrosamente? Pode ser. Entretanto é mais uma imagem que incita tanto a sabedoria dos cientistas como a dos historiadores.
Aconteceu! Não fotografou? Dançou. Milhares de palavras escritas unicamente criam vultos em nosso imaginário. A fotografia, o desenho ou qualquer espécie de gravura enriquecem uma publicação, dão forma para o que é abordado no texto. Um livro bem ilustrado leva mais tempo sendo manuseado, com fascínio, do que um restrito aos alfarrábios.
Vamos deixar quem seja filho de chocadeira de lado e saiamos com as nossas fotografias históricas. Com o frio intenso que se abate sobre Curitiba e todo o Sul do país, o comentário que rola nos papos sobre o clima é este: Será que este ano vai nevar em Curitiba? Até pode que aconteça, para matar a curiosidade dos meus netos. Já tivemos duas nevadas registradas fotograficamente na cidade. A de 1928, que foi a maior e a de 1975, esta última quem está rodando os quarenta viu. Vai ai uma foto da de 1928.
Quem gosta de cinema já viu algum filme estrelado por Henry Fonda. Pois é. Entre os inúmeros artistas que visitaram Curitiba no passado esse astro hollywoodiano se fez presente. Foi em 1939 que o avião da Panamerican, vindo da Argentina, pousou no campo do Bacacheri em razão de uma pane. Durante quatro dias Henry Fonda ficou na cidade, hospedado no Grande Hotel Moderno, tendo sua vida infernizada pela piazada quando saia para a rua. Era a gurizada o seguindo e imitando sacar uma arma apontando-lhes o indicador e engrossando a voz articulava um: Ca Mói! Acho que até morrer o mocinho dos faroestes não esqueceu a visita forçada que fez a Curitiba.
Uma viagem até Paranaguá pela Estrada da Graciosa de automóvel na década de 1920 era uma aventura espetacular. O Fordeco ia levantando poeira pelo caminho afora durante algumas horas, com direito a várias paradas para esfriar o motor. Até o alto da serra tudo bem; tanto para descer como na volta a subida é que a peripécia virava história para ser contada mil vezes.
O Centro Preparatório de Oficiais da Reserva foi uma caserna que abrigou durante anos a fina flor da rapaziada da elite curitibana. O Quartel do CPOR foi por muitos anos a vetusta construção da Praça Oswaldo Cruz, onde hoje funciona um shopping. Os alunos da arma de cavalaria faziam seus exercícios na periferia de Curitiba, mais na região dos atuais bairros do Seminário e de Santa Quitéria, assim como lavavam os cavalos no Rio Bariguí. Um desses alunos ficou marcado por ter pintado o cavalo branco do comandante de cor de rosa. Graças a esta gracinha ficou conhecido pelo apelido que lhe deram: Maria Louca! Ah! E até hoje conserva a alcunha e continua se achando engraçado.