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Rua Comendador Araújo, esquina com Brigadeiro Franco, em 1915. À direita, aparece o antigo Museu David Carneiro e a Hervateira Americana. O bonde elétrico tinha duas linhas de ida e volta para o Batel |
Rua Comendador Araújo, esquina com Brigadeiro Franco, em 1915. À direita, aparece o antigo Museu David Carneiro e a Hervateira Americana. O bonde elétrico tinha duas linhas de ida e volta para o Batel| Foto:
  • O palacete da família Weiss, na esquina da Comendador com a Visconde do Rio Branco, na época de sua demolição para dar lugar à Agência Ford. Hoje no lugar está para surgir mais um megaprédio. A foto é do dia 20 de agosto de 1947
  • Foto feita do jardim do palacete Weiss, aparecendo a Comendador Araújo e a Casa Glaser, na esquina, do outro lado da via. Foto de 1938
  • Rua Comendador Araújo em 1925. O palacete da família Ross com a torre quadrada. Na esquina da Rua Presidente Taunay, vemos o palacete da família Miró e, ao fundo, a mansão da família Glaser
  • A mansão dos Glaser aparece imponente na Comendador Araújo, nos primórdios de 1909. A rua era servida, então, por uma linha de bondes de mulas
  • Rua Comendador com a Coronel Dulcídio, à esquerda a casa de Julio Ríspoli. Em frente, temos a mansão de Marins Camargo – seguida pelas casas que pertenceram ao médico Carlos Heller. Foto de 1928
  • Casa construída para Vicente Machado, sendo posteriormente propriedade de Marins Camargo. Ela é uma das poucas construções antigas que restam na Rua Comendador Araújo

Caminhar pela Rua Co­­mendador Araújo dantes tempo foi um dos prazeres visuais que tive na minha infância e juventude. Pouco mais de um quilômetro entre minha casa, na Avenida do Batel, até a Praça Osório. Percurso de ida e volta feito, em certas ocasiões, mais de uma vez por dia. No tempo de piá, a caminhada era interrompida de quando em quando – ou para escutar um sabiá-preto, que gorjeava no bosque de cedros da mansão dos Hauer, ou então para ficar com o nariz grudado na vitrine da Casa Chella, apreciando os brin­­­­quedos expostos.A caminho do grupo escolar era impossível resistir à caminhada sobre a mureta da morada da família de Marins Ca­­margo, casa que tinha pertencido ao Vicente Machado. Atra­­vessando a Rua Coronel Dul­­cídio apreciava o jardim da habitação dos Glaser, sempre com o jardineiro cuidando dos canteiros de junquilhos-amarelos, cujo perfume sentia-se de longe. Pelo caminho, outras ricas moradas: Müller, Ross, Hatschback, Valente. Nessa última tinha um enorme cão, que pregava cada susto; dobrava a esquina da Desembargador Motta e chegava ao Grupo Es­­colar 19 de Dezembro.

Na adolescência e juventude, a caminhada era mais longa. O destino era o centro da cidade, onde a atração maior eram os cinemas. Entretanto, não se deixava de ir observando as casas – quer de morada ou de comércio. A Farmácia Ame­­ricana, do pai do amigo Renato Candeu; a Pensão Es­­planada; a Agência Ford, sempre com os carrões do ano ex­­postos. A Casa Glaser; o Ho­­tel Bahia; o Colégio Parthenon; a barbearia, onde o que mais se fazia era o jogo do bicho; a casa de frutas do Lacolla; e outras tantas que vêm à lembrança. Principalmente quando passamos na atualidade pela Rua Comendador Araújo. Sentímo-la esmagada, estreitada pela presença cada vez maior dos arranha-céus. Perdeu a poesia bucólica para o inexorável progresso. Deixa pra lá! O resto é pura nostalgia.

Vamos viajar ao passado da Rua Comendador Araújo, através de velhas imagens gravadas em fotografias, que hoje perpetuam a memória da cidade de antanho, retratos de um passado que não tem volta.

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