Esta página dominical da Gazeta do Povo é tradicionalmente conhecida pelas publicações em que se refere à História local, ilustrada com fotografias antigas material sempre ao gosto de nossos leitores. Hoje, entretanto, a Nostalgia vai pedindo permissão, aos seus apreciadores, para se ater a um acontecimento atual. Há mais de 21 anos como editor responsável deste espaço nobre, e continuamente ligado a reavivar a memória dos eventos dos tempos idos, não posso deixar de louvar uma entidade que, sem dúvida, é a guardiã de nossas tradições históricas: o Exército brasileiro.
Durante o ano, várias comemorações são realizadas quando são exaltados feitos relevantes da História, assim como os personagens que deles participaram. Curitiba e, concomitantemente, o Paraná têm presença marcante no calendário do nosso Exército. Fatos como o Cerco da Lapa, a Campanha do Contestado e a Legião Paranaense dos Expedicionários estão entre os vários acontecimentos a serem exaltados.
Hoje, especialmente, vou abordar a solenidade do Dia do Soldado, ocorrida no último dia 25, no Quartel-General da 5.ª Região Militar, sob o comando do general de divisão Adhemar da Costa Machado Filho. Na referida comemoração, foram agraciados pelo Comando Militar do Sul, com o diploma de "Colaborador Emérito do Exército", os seguintes civis: Antônio Pallu, Cid D. Destéfani, Lurdes Florêncio de Borba, Eduardo Werner Hackradt, Adilson Lima de Andrade e Agapito Pereira dos Anjos. Recebeu a mesma homenagem o coronel da FAB Francisco Roselio Brasil Ribeiro. O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, foi condecorado com a Medalha Pacificador, referente ao Duque de Caxias.
Curitiba tem a Casa do Expedicionário como a depositária da história da nossa participação na Segunda Guerra Mundial. É lá onde também se reúnem os antigos pracinhas ainda vivos. A FEB, cujo maior herói tombado no campo da batalha foi o tenente Max Wolf Filho, paranaense nascido em Rio Negro, é sempre relembrada nas comemorações das batalhas ocorridas na Itália. A título de informação, anotamos que quem primeiro botou os pés em solo italiano, ao desembarcar em Nápoles, foi o curitibano tenente Thomaz Walter Iwersen, e o primeiro soldado a tombar em combate foi Constantino Marochi, nascido em Campo Largo.
Todas as celebrações que se realizam na praça fronteiriça à Casa do Expedicionário reúnem os mais variados corpos de tropa da cidade, além do público apreciador das efemérides. Particularmente, sou admirador do nosso Exército, ao qual pertenci como soldado da Polícia do Exército no Rio de Janeiro, então capital da República, no ano de 1955. Foi uma época conturbada politicamente, cujos acontecimentos serviram para sedimentar, na cabeça do então jovem militar, o respeito pela disciplina e por tudo que tem de ser feito, e que deve ser bem feito.
Hoje, passados 55 anos, já velho, relembro aqueles tempos de caserna e continuo admirando as solenidades, os desfiles, os comandos aos toques de clarim e tudo mais que leva a cobertura verde-oliva. Acredito ter sido, em vida passada, carneiro de batalhão pois, apesar da idade e já trôpego, ao primeiro "ra-ta-plan" da banda sinto uma vontade danada de participar do desfile, somente esperando a voz de comando: "Velho ordinário, marche!"
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