Aproveitando a data deste domingo vamos dar um passeio aos velhos tempos da Avenida Sete de Setembro, uma via que surgiu no final do século 19 impulsionada pela instalação da Estação da Estrada de Ferro, inaugurada em 1885. Em princípio era um caminho largo e lamacento. A partir de 1912, quando era prefeito de Curitiba o engenheiro Cândido de Abreu, a rua tomou impulso principalmente pelo inicio do funcionamento dos bondes elétricos, no ano seguinte.
Curioso, procurei saber mais sobre a história desta nossa importante via pública. Para tanto entrei nas informações que o computador poderia fornecer, via Internet, fato que não é de meu agrado, haja vista a quantidade de chutes que ali são postados. Além de não encontrar referência alguma me deparei com um amontoado de sandices sobre fotografias antigas da cidade, com legendas erradas e mesmo sem informação alguma. Imagens que ali estão meramente para satisfazer o ego entelectualoide de quem às colocou. Sendo que a maioria das fotos são chupadas desta página. Fica um aviso amigo, não usem tal material como apoio de informações ou pesquisas sobre a história da cidade.
Voltamos ao que importa: A antiga Rua Sete. Como já foi frisado, o ponto mais importante da Avenida Sete de Setembro, durante quase um século, foi a existência da Estação da Estrada de Ferro. Em torno dela surgiram diversos pontos comerciais incluindo uma serie de hotéis ao redor da Praça Eufrásio Correia, a Estação de Bondes, primeiro os tracionados por mulas e a partir de 1913 os elétricos. Em 1892, ficou pronto o prédio da Assembleia Legislativa, hoje Câmara Municipal, em 1903 foi instala a Exposição do Cinquentenário do Paraná no espaço em que seria construída a Praça Eufrásio Correia, em 1915.
No ano de 1913 uma tremenda explosão ocorreu nos armazéns da Estação Férrea, destruindo boa parte da frente da mesma para a Rua Sete. Na esquina com a Rua João Negrão, onde está a Ponte Preta, aconteciam os alagamentos provocados pelos rios do Ivo e Belém.
Na esquina da Sete de Setembro com a Marechal Floriano, na antiga casa de José Nabo, instalou-se o internato do Colégio Paranaense, posteriormente ali funcionou uma delegacia de policia, o Instituto Medico Legal e a Policia Técnica, tais ocupações foram demolidas e hoje pertencem a Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
A Avenida Sete de Setembro foi avançando em direção ao bairro do Batel tendo em seu percurso inúmeras construções importantes como o quartel que serviu para abrigar diversos batalhões do Exercito e hoje é ocupado por um shopping. As indústrias alimentícias da família Todeschini ali se instalaram tendo a frente outra indústria de massas pertencente à família Turin. Era a região do Borguetto formado por imigrantes italianos que vieram para a Colônia Dantas, hoje Bairro da Água Verde. Nessa região, entre as ruas Coronel Dulcídio e Francisco Rocha, a Avenida Sete de Setembro fica no topo do divisor das aguas do Rio do Ivo e do Rio da Água Verde, é a fronteira entre os dois bairros, Batel e Água Verde.
A Sete de Setembro terminava na esquina da Rua Carneiro Lobo, dali para frente o local era conhecido como a Chácara da Baronesa e Campo dos Ingleses. A avenida somente continuou a ser aberta naquele espaço a partir de 1949.
Terminamos este pequeno apanhado com meia dúzia de fotos, escolhidas entre mais de uma centena, para dar uma ideia do desenvolvimento daquela importante via desde o inicio do século passado. Publicamos também uma foto da procissão de Nossa Senhora da Luz, padroeira de Curitiba, realizada no dia 8 de setembro de 1939.
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