Em 1904, no mês de setembro, o prefeito Luiz Xavier urbanizou o descampado que hoje é a Praça Osório, criando jardins e arborizando o local| Foto: Acervo Cid Destefani
Esta foto foi feita em 1909, do alto de uma torre de madeira. Mostra o bosque de árvores da Praça Osório, tendo ao fundo a Rua Comendador Araújo
Em 1941, um aspecto do descampado que era a Praça Rui Barbosa. Ao fundo, a parte sul de Curitiba
A Praça Rui Barbosa em 1960, completamente urbanizada. Ainda não era terminal de transportes coletivos
A Praça Tiradentes em 1904, no dia da inauguração do monumento ao Marechal Floriano Peixoto. Boa arborização com passeios cobertos por pedregulhos
Praça Zacarias em 1925, com seus jardins, passeios e as árvores que a enfeitavam
Praça Zacarias em 1949. Então como terminal de pontos de bonde e servindo de espaço ao comércio ambulante
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A nossa Curitiba, capital ecológica segundo alguns ou nem tanto segundo outros, foi alvo da fúria da Natureza no último dia 5. Ventos ultrapassando os 100 quilômetros por hora causando um caos generalizado em diversos pontos da cidade; árvores derrubadas, algumas arrancadas do solo com suas raízes; curtos-circuitos na rede elétrica com apagões de várias horas; interrupção no fornecimento de água; além de ruas bloqueadas em diversos bairros.

Um retrato perfeito do que pode acontecer quando o tempo desembesta, lembrando que não estamos livres dos propalados acidentes naturais. Muitos fatos semelhantes já ocorreram na história de Curitiba de outros tempos. Em 1941, um tufão se abateu no Centro da cidade causando estragos notáveis, como a destruição de árvores na Praça Osório e a derrubada de placas de alguns edifícios. Tais placas eram de luz de neon, que começavam a ser instaladas motivando o orgulho do povo que as via como sinal de progresso da urbe.

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A Natureza costuma dar seus avisos, mostrando que tempestades podem causar enchentes nos riachos que cortam a cidade em todos os sentidos, riachos insignificantes aos quais temos a mania de chamá-los de rios e os quais se transformam sob o efeito dos torós que os dias quentes do verão provocam. As enchentes sazonais servem como notícia de imprensa assim que ocorrem. Estamos prevenidos contra elas? Nunca, assim que as águas baixam ninguém mais se preocupa em prevenir a possibilidade de inundações vindouras.

As inúmeras árvores foram derrubadas durante as tempestades, muitas delas causando prejuízos enormes ao patrimônio dos cidadãos, inclusive com acontecimentos de vidas humanas sendo ceifadas. Nada disso incita os responsáveis pela segurança em tomar iniciativas que evitem tais tragédias. Quem faz trajeto pelas ruas curitibanas, que têm arborizações mais antigas, fica arrepiado ao observar a condição dos troncos que arrebentam o calçamento; assim como os galhos que se projetam ameaçadoramente de um lado para o outro da rua.

Nós vivemos numa cidade onde certos poetas de pranchetas cantam aos quatro ventos, menos nos dias de tempestade, que toda arborização deve ser poupada em nome da preservação ecológica. Um exemplo marcante é a maneira até doentia como é tratada a salvaguarda do pinheiro, símbolo do Paraná, quando a sua manutenção está acima de qualquer patrimônio e mesmo de vidas humanas.

Os responsáveis pela conservação do meio ambiente extrapolam, costumeiramente, o valor das propriedades e, até mesmo, da vida de quem mora em local de risco, para salvaguardar um slogan que tange a imponderação quando se fala de boca cheia: "Curitiba é a capital ecológica!" . Até a próxima calamidade.

Nas fotos antigas mostramos aspectos de algumas praças de Curitiba no que tange as suas arborizações.

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