Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Com essa última estância dos versos que levam o título de Nostalgia, uma cortesia do amigo Noel Nascimento, iniciamos a página desse último domingo de outubro para abordar um assunto que é nostalgia para os curitibanos mais antigos.

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Na semana que passou, alguém da prefeitura telefonou informando que é intenção revitalizar o bonde elétrico em Curitiba. Não em uma linha que sirva do Centro para algum bairro, mas simplesmente um pequeno trecho em pleno Centro. Seria uma espécie de linha que ligaria materialmente a saudade dos velhos tempos. Os velhos bondes, quem os conheceu jamais se esquece.

Existe um projeto ou, digamos, a intenção de implantar uma linha que ligaria a velha estação dos bondes da Rua Barão do Rio Branco à Praça Generoso Marques. Intenções de fazer voltar a circulação de bondes na cidade já houve muitas, sempre ficaram na imaginação dos desenhos rabiscados sobre as pranchetas.

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Os bondes tiveram seu fim em Curitiba no ano de 1952, ocasião em que os espaços do transporte coletivo já eram disputados por particulares e mesmo por grupos agremiados, com a intenção de explorar a condução de passageiros. A condução sobre linhas já não suportava o volume dos usuários, surgiam automóveis e caminhonetes adaptadas para conduzir os passageiros. A disputa pelas linhas centro–bairros foi volumosa, e, sob a coordenação da prefeitura, tudo foi se ajeitando aos poucos.

A primeira condução coletiva foi inaugurada em Curitiba no dia 8 de novembro de 1887. Portanto, dentro de poucos dias estará se registrando 120 anos da instalação das linhas de bondes de mulas na cidade.

Com o crescimento populacional e com a expansão do meio físico da urbe, as conduções que surgiram foram aos poucos se tornando obsoletas. Hoje os ônibus expressos estão com as suas capacidades de passageiros extrapoladas, mesmo com as alterações introduzidas nos veículos, neste pouco mais de trinta anos em que estão funcionando. Urgentemente será imprescindível a instalação de outra maneira de transportar a população, que está indo morar cada vez mais longe do centro da cidade e de seus locais de trabalho.

Como a solução do problema do transporte coletivo não nos concerne, ficamos com as lembranças dos velhos tempos – através das fotografias que se seguem.

A primeira imagem é da Rua Barão do Rio branco, com dois bondes em frente da própria estação, em agosto de 1945.

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A segunda foto, feita em 1931, mostra o bonde subindo a Rua Barão do Rio Branco e cruzando a Rua XV de Novembro, acertadamente no trajeto que se pretende instalar o bonde da saudade na atualidade.

A terceira fotografia exibe a Estação de Bondes da Rua Barão do Rio Branco, quando estava sendo construída em dezembro de 1912.

Na quarta imagem, feita em 1941, temos a Avenida João Pessoa (Luiz Xavier), onde notamos as obras da retirada dos trilhos dos bondes que iam para o Batel, cuja linha estava sendo transferida para a Rua Emiliano Perneta. Sugestivo é o título do filme anunciado no Cine Avenida.

Fechamos a página de hoje com mais uma estrofe dos versos do Noel Nascimento:

Em nostalgia,entre beijos e abraçosnão sei se estou sendo recebidoou me despedindo.

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