Domingo passado, a Nostalgia foi buscar o comportamento do curitibano nas antigas partidas de futebol que eram realizadas nos estádios da cidade , faziam parte das diversões domingueiras. A presença do público elegantemente bem trajado chamou a atenção de muitos leitores, principalmente dos mais jovens que ficaram admirados com a conduta e a elegância existentes no modo de vida dos cidadãos curitibanos dos velhos tempos.
Vários telefonemas inquiriam se realmente era assim que o pessoal se trajava ou apenas em dias especiais, como nos domingos, que os curitibanos envergavam suas fatiotas. Para responder, principalmente matando a curiosidade da mocidade, sou obrigado a voltar no tempo, na minha adolescência.
O primeiro terno, se posso assim nomear, eu o possuí ainda piá, quando fiz a primeira comunhão. Calça curta e paletó faziam parte do tal terno, completamente branco como mandava o figurino. Foi usado uma única vez. O guri normalmente vestia uma camisa solta e calça curta, ou calção. Sapatos eram para ir à escola, e na volta da mesma eram tirados com satisfação para se mandar ao trêne de futebol com o pé descalço.
Quando o rapazote começava a mudar a voz e a criar pelos nas pernas, estava na hora de ser providenciado o seu primeiro terno. Alfaiates existiam aos montões. Os melhores e mais caros atendiam a elite, os menos práticos tinham a clientela mais modesta. O terno quase nunca era confeccionado em três peças, como o nome indica. Paletó, calça e colete. Essa última peça geralmente era dispensada por encarecer sobremaneira o custo da mão de obra. Um traje benfeito, com uma fazenda de qualidade superior, durava anos, muitas vezes passava de pai para filho ou de irmão para irmão.
Para melhor ilustrar a presença dos trajes, tanto masculinos como femininos, vamos viajar em cima de antigas fotografias feitas entre os anos de 1905 até o presente. Iremos ao carnaval de rua daquele ano, em plena XV de Novembro superlotada de gente e todos se divertindo com as mais esmeradas vestimentas ou então, em menor número, fantasiados. Para o tempo presente escolhemos uma foto da Corrida do Facho efetivada no mês de agosto passado no Centro Cívico, onde o terno e gravata faziam parte do traje das autoridades do palanque oficial. Quanto aos militares podemos apenas afirmar que com seus impecáveis uniformes eles preservam através dos tempos uma tradição histórica. Quanto ao púbico em geral, podemos dizer que estavam em trajes dos tempos modernos: à vontadona!