“Esta não é a pior das crises que o país está vivendo e provavelmente não será a última. Quem quer construir uma empresa, quem quer buscar a realização de um sonho, não pode se amedrontar com um momento ou uma situação que deve ser passageira”. A conclusão é de três dos maiores líderes empresariais do Paraná, Joel Malucelli (Grupo J. Malucelli), Miguel Krigsner (Grupo Boticário) e Oriovisto Guimarães (Grupo Positivo), que ontem participaram do evento Visionários do Paraná no Teatro Positivo – Pequeno Auditório. As 750 poltronas ficaram completamente ocupadas e foi preciso providenciar um telão para que outras 80 pessoas assistissem do lado de fora.
Além de alunos e professores da Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo, promotora do evento, também compunham a plateia muitos empresários e dirigentes de entidades de classe.
Apenas uma marola 2
Os três conclamaram a sociedade a expurgar os males políticos e do poder público para poder empreender. Oriovisto Guimarães foi o mais enfático sobre a atuação das empresas e a distância que um líder empresarial deve manter do que chamou de encantamentos e benefícios proporcionados pelo segmento político e do poder público. Ele questionou veementemente o número de deputados, senadores e vereadores, no que foi reforçado por Joel Malucelli (suplente de senador e sogro de deputado), para quem o Estado brasileiro não tem mais capacidade de investimento porque todo o dinheiro dos tributos vai para o pagamento de pessoal e para o custeio da máquina pública.
“Partido Verde”
Miguel Krigsner foi mais contido ao falar de política. Disse que a vida de um empresário deve ter sentido além da empresa e que se sente feliz em ainda poder sonhar e ajudar a construir um Brasil melhor. Citou como exemplo a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza como uma contribuição significativa de seu grupo empresarial.
Lula ontem
“Eu acredito que até o final deste mês o impeachment será aprovado porque o Congresso Nacional sabe da responsabilidade que hoje recai sobre os ombros da instituição. E sabe que se não votar o impeachment ficará desacreditado na opinião pública. Acho que o Congresso Nacional tem clareza de que nós vivemos uma crise profunda de governo e que somente com a saída do governo nós iremos resolver alguns problemas da nação”. A declaração, ipsis litteris, foi dada em Curitiba por Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à imprensa durante um comício na Boca Maldita em pleno governo Collor de Mello, cujo pedido de impeachment tinha como líderes incontestes Lula e o PT. Vale lembrar que Collor – hoje um aliado do petismo – foi eleito por maioria esmagadora do eleitorado, ao contrário de Dilma Rousseff, reeleita com 51,64% dos votos contra 48,36% de Aécio Neves.
A declaração de Lula consta de um vídeo extraído do site do jornalista José Wille que circula nas redes sociais .
Lula hoje
Agora, vejamos o que pensa Lula sobre o impeachment de Dilma, segundo declaração dada na semana passada no Rio de Janeiro. “Eu me sinto indignado com o que estão fazendo com o país. A presidenta fazendo um esforço incomensurável para que a gente aprove os ajustes que têm que ser aprovados nesse país, para ver se a gente consegue recuperar a economia e fazer a economia crescer, e tem muitos deputados querendo contribuir, mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil. Parecia que o país estava andando pra normalidade. No dia que a presidenta consegue aprovar novas bases para o orçamento de 2015, o que a gente percebe é que ela recebe como prêmio um gesto de insanidade com o pedido do impeachment dela”.