Em meio a algumas palavras de ordem controversas, como de grupos que pediam a volta do regime militar, expressões de incitação ao ódio e faixas com frases em inglês, a manifestação de ontem nas ruas da capital pode ser definida por três palavras do médico Eliseu Portugal: “Foi bem curitibana”. Um cartaz com os dizeres “Desculpe o transtorno, estamos mudando o país” também resume o espírito do protesto na cidade: foi civilizado.
Protesto de famílias
Pacífica e sem tumultos, a manifestação teve famílias inteiras, com idosos, crianças e bebês, encontros de amigos e mistura de pessoas que foram de carro, a pé e de ônibus. Ao final do movimento, as estações-tubo do Centro estavam cheias de gente vestida de verde e amarelo. O deputado Ney Leprevost, que declarou ter participado “como cidadão, e não como homem público”, estava acompanhado da mulher e do filho de 4 anos e disse ter sido muito bem recebido pelos participantes.
Protesto no parque
Um manifesto isolado chamava a atenção de quem foi ao Parque Barigui. Por iniciativa de uma moradora da região, cinco cruzes simbolizavam a “morte” de direitos do cidadão, como saúde e educação.
O recado para o Palácio do Planalto está claro: os brasileiros não aguentam mais a corrupção.
Vamos fazer a lição de casa
Contradição observada por um colaborador da coluna: na feira livre da Praça 29 de Março, ontem de manhã, um casal de roupa verde e amarela, com figurino de quem participaria do manifesto contra a corrupção, comprava DVDs piratas de um vendedor ambulante postado na calçada da praça. Oi?
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