Hoje, 7 de maio, completam-se sete anos do acidente provocado pelo ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho que matou Gilmar Rafael Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20. Pela primeira vez, o aniversário da tragédia vem acompanhado de um depoimento do ex-parlamentar, que até então se manteve em silêncio absoluto. Ele gravou um vídeo de 3,27 minutos, a que a coluna teve acesso com exclusividade. Carli Filho diz, entre outras coisas, que ficou todos esses anos em silêncio porque estava confuso, com medo e inseguro diante da enorme repercussão que o caso teve. “Não sou assassino. Errei, sim. Eu bebi e dirigi. Agora estou pronto para encontrar essas famílias e poder pedir perdão”, afirma na gravação. Assista:
Casamento ou pena
A coluna falou com Carli Filho no final da tarde de sexta-feira, por telefone. Ele estava em Guarapuava, onde mora. À pergunta por que decidiu gravar e divulgar o vídeo, respondeu: “Porque as pessoas estão com uma imagem muito negativa a meu respeito. Como se eu não tivesse sofrido também”. Hoje com 31 anos, Carli diz que pretende retomar sua vida, casar e ter filho. Ele está noivo. O ex-deputado diz ainda que não consegue sair à rua, principalmente em Curitiba, “salvo raras ocasiões”. “Enquanto [o caso] não tiver um desfecho, seja qual for... não sei se terei que cumprir pena, é muito provável que sim. Tudo isso afeta”, afirmou.
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A espera de perdão
Ainda na conversa com a coluna, Carli Filho disse que procurou as mães dos jovens mortos, a deputada federal Christiane Yared e Vera Lúcia de Almeida, mas que ainda não obteve resposta. Ele conta ter conversado com um pastor da igreja de Yared, há cerca de um mês, e com o advogado da mãe de Carlos Murilo. Sua mãe, Ana Rita, o acompanhou nos encontros. Perguntado o que dirá a ambas, respondeu: “Quero contar do nosso sofrimento e pedir perdão, por mais difícil que isso seja para elas. Eu imagino que elas têm de mim a imagem que a maioria das pessoas tem”.
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Beber e dirigir, nunca mais
A coluna pergunta qual sua expectativa para o julgamento – o ex-deputado deve ir a júri popular, em data ainda não definida. “Estou sereno, mas ansioso. Confio na Justiça e qualquer que seja a determinação vou cumprir”, diz. Afirmou também que está disposto a colaborar com campanhas de conscientização para orientar jovens a não repetir sua atitude, inclusive no Instituto Paz no Trânsito, criado por Christiane Yared logo após o acidente, se ela concordar.
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