Na sexta-feira, o empresário paranaense João Carlos Ribeiro assumiu pela quarta vez a presidência do Graciosa Country Club, que há 84 anos reúne a nata da sociedade curitibana. Entre seus três mil sócios estão o governador Beto Richa e seu antecessor, Roberto Requião. Para se tornar sócio, é preciso desembolsar R$ 100 mil e se submeter ao rigoroso crivo dos conselheiros natos. Na mesma cerimônia, como já é tradição, foi comemorado o aniversário do clube, fundado por imigrantes alemães como clube de golfe e de tênis.
Aos 70 anos, João Carlos Ribeiro é reconhecidamente um empreendedor tanto na área privada como na gestão do clube pelo qual se diz apaixonado e onde realizou grandes e importantes obras, como o complexo poliesportivo e o estacionamento subterrâneo. Das quatro eleições que disputou e venceu, em apenas uma houve bate-chapa. Pai de quatro filhos de quatro casamentos (Luíza, sua caçula, tem apenas 2 anos) e novamente solteiro , ele conversou com a coluna logo após tomar posse para o mandato que vai até 2013.
Você havia prometido não mais disputar uma eleição no Graciosa.
João Carlos Ribeiro: Tem certas coisas que nos puxam sem que a gente se dê conta do porquê. Mas o Graciosa, você sabe, está instalado lá dentro do nosso coração e nos causa uma satisfação enorme poder fazer alguma coisa por ele. Então, achei que tinha disponibilidade de tempo e que poderia novamente dar alguma coisa em favor do clube.
Esta disponibilidade não é relativa tendo em vista que você comanda um grupo empresarial?
As nossas empresas hoje estão muito bem organizadas e eu tenho um filho que já me substitui de forma bastante convincente no trato das coisas diárias das empresas. Então, agora eu me restrinjo realmente às decisões estratégicas do grupo, aos novos empreendimentos. Você sabe que estamos lutando há muitos anos pela construção do terminal portuário de Pontal do Paraná, mas nesse nosso Brasil querido as coisas não são fáceis. O governo cria dificuldade e a gente fica na expectativa, trabalhando para que a coisa funcione, para que a coisa se concretize e a coisa não vem.
Mas vai sair?
Vai sair! Mais dia, menos dia, nós faremos a coisa chegar lá (risos). Inclusive já poderia estar operando, não é?
Podia estar operando há mais de quatro anos. Mas eu tive uma oposição muito grande do governo passado [Governo Requião], que trabalhou contra os meus interesses inexplicavelmente. Então, só agora, com a saída do governo é que os nossos projetos estão se desenvolvendo, estão indo para a frente.
Voltando ao Graciosa, você está assumindo a presidência pela quarta vez. Aliás, você passou o bastão para o Tobias e agora ele está lhe devolvendo.
Exatamente. Eu tive o prazer e a honra de indicá-lo como meu sucessor. Ele era o meu diretor jurídico. Indiquei o nome dele e ele automaticamente se transformou em presidente do Graciosa. Porque pela dedicação e o trabalho que temos dado ao clube dificilmente nós encontramos oposição. Agora também tive a felicidade de não ter ninguém que estivesse disposto a me enfrentar.
Você voltou ao comando do Graciosa com uma campanha cujo slogan era "Sofisticação com qualidade". O que vem por aí nos próximos dois anos?
Hoje resta pouca coisa para completar em termos de infraestrutura no Graciosa.
O que nós queremos mesmo, agora, é transformar o nosso clube em algo realmente de qualidade superior. Queremos um clube que seja um resort seis estrelas, queremos o clube com atendimento nota 10, sem defeitos, sem senões.
Você tem uma relação especial com os funcionários do clube. Inclusive você leu uma carta que eles lhe enviaram ao final de uma de suas gestões na qual agradecem por todos os benefícios estendidos a eles.
Temos uma ligação fraterna. Eu gosto muito deles e tenho certeza que eles gostam de mim.