Jandirinha Khury (de blusa com estampas azuis), acompanhada pela diretora executiva, Alessandra Marques (de xale), e as auxiliares Rosana Hey e Marta Nicolaico, reza com as crianças na hora da refeição numa das casas-lares da Fundação Iniciativa.
A princesa e seus plebeuzinhos
Hoje, véspera de Natal, a coluna deixa de lado as notícias do dia-a-dia para destacar o exemplo de Jandira Maranhão Khury, presidente de honra da Fundação Iniciativa, entidade curitibana de caráter humanitário. Uma das socialites mais elegantes e conhecidas da cidade, ela é casada com Aníbal Khury Filho cujo nome e sobrenome são sinônimos de poder e influência no Paraná há décadas e mãe de Alexandre (27 anos), Daniel (26) e Rodrigo (25). O primogênito elegeu-se para o segundo mandato de deputado estadual, em outubro deste ano, com a maior votação entre todos os concorrentes e firma-se como herdeiro político do avô, o falecido deputado Aníbal Khury.
Jandirinha, como é chamada pelos mais próximos, sabe viver a vida. Entre seus hobbies, estão viagens pelo mundo, que faz regularmente em companhia da sogra, dona Niva Khury. Aprecia jóias e vestidos de grifes caras e famosas e é capaz de comparecer a um evento por dia, durante uma semana, sem repetir nenhuma roupa. Freqüenta os melhores restaurantes em qualquer lugar do mundo e mora com a família num apartamento cinematográfico em um dos bairros privilegiados de Curitiba.
Com uma vida de princesa, Jandirinha dedica boa parte de seu tempo a um grupo de pequenos plebeus necessitados, abrigados nas cinco casas-lares mantidas pela Fundação Iniciativa no bairro Boqueirão, zona sul de Curitiba, com a ajuda de outra fundação, a de Ação Social, hoje comandada pela primeira-dama Fernanda Richa. A entidade foi fundada há 18 anos por um grupo de empresários e pessoas da chamada alta sociedade curitibana e que até hoje mantêm vínculos com a organização.
Em cada casa-lar vivem 10 crianças com idades entre 3 e 14 anos, que, por motivos diversos, estão fora do alcance dos pais temporária ou, quem sabe, definitivamente. Quem decide é a Justiça. Enquanto lá permanecem, os pequenos são mantidos sob a guarda provisória de um casal de pais sociais, rigidamente selecionados pela direção e pelo conselho da entidade. E todos convivem num ambiente familiar, com direitos e deveres e muito, muito carinho.
Mas, como nem tudo sai conforme o planejado, algumas crianças passam da idade e vão ficando, ficando até conseguirem caminhar na vida com as próprias pernas. Alguns já casaram e formaram família, comprovando que a iniciativa tem valido a pena.
Exercendo o terceiro mandato consecutivo, os dois primeiros como presidente e o atual como presidente de honra, Jandirinha está envolvida com a vida dessas crianças há bem mais tempo, quando atuava apenas como colaboradora das primeiras administrações. Pelo menos duas vezes por semana ela passa algumas horas dando expediente na sede administrativa, no bairro Uberaba. Assina cheques, ordena despesas, faz contatos para angariar contribuições e vez ou outra coloca a mão na massa, seja ajudando a arrumar a mesa para as refeições, seja jogando vôlei com a meninada ou simplesmente oferecendo o colo.
Seu braço direito é Alessandra Marques, diretora executiva. Ambas contam com uma equipe de funcionários e voluntários, que inclui um assistente social, um gerente administrativo, um atendente social, um motorista e 23 profissionais da área médica e de psicoterapia. E é essa turma, com a ajuda de vários mantenedores anônimos, que faz com que a vida dessas crianças apontadas pelo destino se transforme para melhor, graças à iniciativa de gente que se dispõe a doar um pouco de calor humano.
A COLUNA DESEJA A TODOS OS LEITORES UM FELIZ NATAL!