Força-tarefa cívica

Dias desses, o procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol pegou o avião e sentou ao lado de uma simpática senhora. Ela olhou o jovem de 36 anos e disse: “Você não é aquele menino da Lava Jato? Olha, muito bonito o trabalho, mas isso aí não vai dar em nada. Já vivi e vi muita coisa. O Brasil não tem jeito”. A história foi contada pelo próprio ao abrir a palestra que lotou a sede social do Graciosa Country Club na quinta-feira, a convite do ciclo Pensando o Brasil, com o tema “A sociedade contra a corrupção”. Coordenador da Força-tarefa da Operação Lava Jato, Dallagnol disse aos presentes que, apesar das dúvidas sobre o destino dos investigados, ele decidiu não desistir do Brasil e que por pouco não deixou o MP para se dedicar exclusivamente à vida acadêmica. A Lava Jato lhe deu novo ânimo.

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Deltan Dallagnol afirmou que o Brasil está diante de uma grande janela de oportunidade para enfrentar a corrupção, pois há um sentimento de esperança. “As pessoas estão sensibilizadas, mas para que o país consiga combater este mal endêmico não basta o sucesso parcial e a mobilização que a Operação Lava Jato vem alcançando. É preciso a participação de toda a população no sentido de cobrar as mudanças necessárias”, apontou. Para ele, a operação que coordena não será suficiente para mudar o país. “Estamos tratando um tumor, mas retirá-lo de nada adianta quando todo o sistema é cancerígeno. Ele continua gerando outros tumores. A impunidade é um grande mal que alimenta este sistema perverso. A cura só ocorrerá com maior participação de toda a sociedade na democracia”, pregou.

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Por essa razão, o jovem procurador federal decidiu liderar a campanha que busca coletar 1,5 milhão de assinaturas para gerar um projeto de lei de iniciativa popular destinado a levar ao Congresso Nacional um pacote de dez medidas contra a corrupção. A principal delas é endurecer as punições contra os crimes de colarinho branco. “Por ano calcula-se que R$ 200 bilhões são tragados pelos corruptos. Não é mais admissível que as punições sejam tão brandas e que a lei permita tantas prescrições e manobras. Temos hoje um cenário que favorece a corrupção e estamos tentando mudar isso, virar o jogo”, ponderou.

Ao final da palestra, Dallagnol convidou o público a participar da campanha, no que foi prontamente atendido. Um espaço montado pelo MPF no salão de entrada do clube coletou assinaturas de sócios e demais presentes. Foi aplaudido de pé pelo salão lotado.

Navegar é preciso

A VCG Empreendimentos inaugura hoje no Pátio Batel (Piso L3) uma loja conceito que reunirá mini maquetes de seus edifícios e uma mesa interativa, na qual os visitantes poderão navegar pelas plantas dos apartamentos, guiados por uma arquiteta. A ideia é que o candidato a futuro morador possa adaptar o projeto de interiores a seu gosto. A loja será aberta às dez horas.