Zapeando
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- A Fiep promove a solenidade de entrega da comenda Medalha Mérito Industrial, em comemoração ao Dia da Indústria, aos empresários Francisco Marcos Pennachi, Marco Antonio Franzato e Roberto Flávio Pecoits, às 19 h, no Cietep.
- A fotógrafa e jornalista Cris Berger lança o livro 69 Lugares Para Amar, às 19h30, na Livrarias Curitiba Megastore do ParkShoppingBarigüi.
A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) acaba de completar 25 anos. Fundada no governo de José Richa, a orquestra vive um momento turbulento com a direção artística, representada pelo maestro italiano Alessandro Sangiorgi, na função há 9 anos, e com a diretoria do Centro Cultural Teatro Guaíra. Pelo menos é que dá a entender um de seus músicos, o violoncelista Jasson Passos, que a integra desde a fundação como concursado. Dias antes do concerto comemorativo dos 25 anos da OSP, no último dia 28 de maio, ele procurou a coluna para relatar uma série de problemas que o grupo estaria enfrentando, que vão desde falta de local próprio para ensaiar até as precárias condições físicas do teatro para comprovar, apresentou um CD com dezenas de fotos que mostram a deterioração do maior teatro do Paraná. Na véspera do concerto de gala pelo aniversário da orquestra, Passos deu a seguinte entrevista à coluna.Qual é a situação atual da Orquestra Sinfônica?A orquestra tem uma grande dificuldade de planejamento. Há um problema administrativo muito grande. Nós não temos pauta, não temos pauta de repertório, praticamente toda semana se modifica. Os músicos não sabem o que vão tocar no próximo concerto. A orquestra não tem onde tocar. Somos colocados em qualquer espaço porque se o teatro está locado a orquestra tem que se arranjar em outro lugar porque não tem mais um espaço específico para se trabalhar.
Já houve um espaço próprio para ensaiar?
O palco do Guairão era o local de ensaios, que era usado, em primeiro lugar, pelo Balé Guaíra, mas hoje primeiro se loca o teatro. Se sobrar data põe a orquestra para tocar. Acontece muitas vezes de a gente estar ensaiando e termos que ser deslocados para outro local ou para fora.
Esses problemas já foram levados à direção?
Foram, muitas vezes. Qualquer orquestra sinfônica grande no mundo trabalha com pauta. Não é só a questão do que a gente vai apresentar para o público. Temos que preparar o repertório. A gente não pode estudar, preparar as partituras para o concerto como gostaríamos se não se sabe o que vai tocar, não é? A orquestra foi até a diretoria mais de uma vez, pediu para ser ouvida e a diretoria disse que nós tínhamos que aguentar do jeito que estava. Foi dito bem claro: Hoje, o Guaíra é um espaço de locação.
Quem disse isso?
A nossa diretora, Marisa Villela, e também o Walter Gonçalves, diretor administrativo e financeiro.
Os problemas se resumem à falta de espaço para ensaiar?
Não, na realidade a gente enfrenta problemas com a direção artística. É um outro problema. A direção é conduzida pelo maestro (Alessandro Sangiorgi). Já pedimos a saída dele, até através de abaixo-assinado. Mas ele conseguiu o apoio da direção. A Marisa Villela quer o Sangiorgi.
Como você define a relação dos músicos com ele?
É uma relação sem muito respeito. A orquestra não o respeita profissionalmente e ele, por sua vez, nos parece não ter interesse em fazer a orquestra crescer musicalmente, com uma programação diversificada para o público, com obras diferenciadas, atrair o público com qualidade musical, como fizeram outros maestros que tivemos. Nós temos mais de 500 anos de literatura musical sinfônica, que a gente pode tocar. Os músicos sentem falta. Tanto que quando vem um maestro convidado a orquestra é outra. O resultado é impressionante.
Se dependesse da vontade dos músicos ele seria substituído imediatamente?
Os músicos gostariam que ele não fosse mais o maestro titular. Porque a função do maestro, além de uma representação da produção musical, é procurar lutar pela orquestra politicamente, economicamente, tentar melhorar a situação instrumental.
O maestro Sangiorgi nunca tentou resolver esses problemas junto à direção do teatro?
Não. Os músicos tinham medo de brigar com o maestro, de tomar uma posição definitiva contra ele, como já fizemos com um outro maestro. Os músicos ficaram com medo. O próprio Sangiorgi disse que criou residência aqui, que hoje a vida dele é aqui. Então ele se acomodou. Claro, ele não está errado de lutar pelo espaço dele. Ele tem seus méritos.
É verdade que você já avistou ratazanas durante os ensaios?
Já aconteceu de eu ser abordado enquanto eu tocava. Bateu na minha perna (risos). Era uma ratazana bem gorda, bem nutrida. Infelizmente a gente vê que o Teatro Guaíra foi esquecido e isso já está se refletindo até fora de Curitiba. A gente sabe que nas ruas em volta, quando tem concerto domingo de manhã, há consumo de crack, os consumidores acabam se acomodando embaixo das marquises do teatro para dormir. De manhã o cheiro de dejetos humanos é insuportável.
Vocês acham que falta mais reconhecimento pela direção do Guaíra?
Exatamente. Pela direção, pelo governo. Veja, nós tivemos um coral sinfônico no tempo do Richa e que foi dissolvido na época do Requião. Quer dizer, um teatro desse tamanho não tem um coral sinfônico para fazer obras magistrais! Para [fazer] uma nona de Beethoven tem que se reunir um grupo de cantores. É o cúmulo o Paraná não ter um coral sinfônico. A orquestra não quer mais nada além de dignidade para trabalhar, se sentir valorizada e poder realmente fazer a função dela, de divulgador de cultura. leia na coluna de amanhã Entrevista com a diretora-geral do Centro Cultural Teatro Guaíra, Marisa Villela.
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