A médica Zilda Arns Neumann posa em praia do Rio Negro, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, tendo ao fundo duas crianças| Foto: Fotos Jader da Rocha
Doutora Zilda sendo trans­­portada de barco no Rio Negro para uma das comu­­ni­­da­­des atendidas pela Pastoral da Criança
No interior do Pará, ela é cercada por crianças e adultos. As duas mu­­lheres à sua frente tentam fotografá-la
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Amigo da doutora Zilda Arns, o repórter fotográfico Jader da Rocha pretendia embarcar com ela para o Haiti para registrar sua visita ao país caribenho. Ele soube da viagem da fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança ao Haiti no coquetel de abertura do Natal do HSBC, no dia 27 de novembro de 2009. Ofereceu-se para acompanhá-la com a intenção de mostrar seu trabalho fora do Brasil, como já fizera aqui em 2007. Mas ela lhe disse que iria apenas dar palestras e preparar a implantação da entidade e recomendou que deixasse para quando efetivamente fosse instalar a Pastoral. Foi o que ele fez.

Admirador do trabalho dela desde 1998, quando foi fotografá-la para a revista Caras, Jader tinha um antigo desejo: registrar seu cotidiano enquanto ela presidia a Pastoral da Criança. No primeiro semestre de 2007 ele pôs o plano em prática e a acompanhou durante 10 dias em uma viagem de inspeção às comunidades atendidas pela Pastoral nos estados do Norte do Brasil. A viagem, bancada do próprio bolso, resultou num belo ensaio fotográfico sobre o trabalho da doutora Zilda que virou uma exposição, em dezembro daquele ano, no ParkShopping Barigui. Dra. Zilda, inclusive, prestigiou a abertura da exposição em sua homenagem. Três dessas imagens a coluna reproduz com exclusividade.

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Da viagem, Jader guarda várias lembranças. "Ela sempre encerrava as palestras com a frase ‘fé em Deus e pé na tábua’", contou à coluna emocionado e bastante inconformado com a morte da amiga celebridade. Um fato chamou sua atenção durante a viagem: a grande popularidade da médica nas pequenas cidades monitoradas pela Pastoral da Criança. "Ela era recebida com festa, banda. A cidade parava para vê-la. Parecia o Roberto Carlos chegando", conta o fotógrafo. Segundo ele, depois de cada recepção ela costumava repetir: "Eu me sinto a mulher mais amada do Brasil".

No mesmo evento de abertura da última edição do Natal do HSBC, a coluna conversou com a médica Zilda Arns sobre a parceria da entidade fundada por ela com o Instituto HSBC Solidariedade. Na ocasião, ela estava acompanhada pelo senador Flávio Arns, seu sobrinho, e pela mulher dele, Odenise Arns. Doutora Zilda morreria 46 dias depois. Confira alguns trechos:

Como está atualmente a Pastoral da Criança?

A Pastoral da Criança está em 21 países. Estamos na Ásia, África, na América Latina. E onde ela se instala ela salva vidas, melhora a nutrição, é um trabalho bonito.

E essa parceria com o HSBC cada vez vai incorporando mais crianças...

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São 1,8 milhão de crianças; 100 mil gestantes; 1,5 milhão de famílias são visitadas a cada mês pelos líderes da Pastoral. Gostaria aqui de fazer essa homenagem a todos os líderes, voluntários. São mais de 300 mil voluntários, 150 mil mulheres vão visitar as famílias nas comunidades pobres. É um trabalho muito bonito. O HSBC nos ajuda sempre. A gente está muito grata e também na expectativa de que vão ajudar em outros países, onde eles também estão presentes.

Como o espetáculo de Natal, que está se internacionalizando, não?

Eu fiquei muito emocionada de ver...maravilhoso porque é uma data tão importante, né, e ver assim as crianças, que são crianças pobres fazerem cenas tão bonitas. Eu achei fantástico. Eu adoro vir aqui.

Muito obrigado.

Foi um prazer muito grande. Muito obrigada a todos que colaboraram através do cartão do HSBC Solidariedade, que tem ajudado muito a Pastoral da Criança. Muito obrigada, Feliz Natal para todos, que Deus nos acompanhe durante todo o ano.

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