O técnico da Sérvia e Montenegro não se levantou do seu lugar uma única vez durante a partida. Sua cara era de quem mal podia esperar o fim do jogo para voltar a fazer turismo, que foi o que o trouxe à Alemanha. Não sei se foi impressão minha, mas acho que o vi consultando um mapa enquanto seu time levava o quarto ou o quinto gol. Em campo, os sérvios e os montenegrinos tinham decidido antecipar a próxima divisão dos dois países e cada um jogava pelo seu, recusando-se a passar a bola para um estrangeiro. Mas nada disto impede que se respeite os 6 a 0 que a Argentina aplicou, três na Sérvia e três em Montenegro. Num campeonato em que as grandes potências estão ganhando de adversários mais fracos com as calças, para não dizer a reputação, na mão, e em mais de um caso no fim do jogo, a Argentina é a primeira a merecer a exclamação que o narrador alemão de ontem usou várias vezes: "Senzacional". E com um agravante, ou um adoçante se você é argentino: fez quatro dos seis gols sem o Messi e o Tevez em campo. "Senzacional", sem dúvida.
Enquanto escrevo a Holanda ganha da Costa do Marfim, mas já temos três das oito potências com teórica chance neste Mundial com dois jogos jogados. A melhor de todas até agora é a Argentina. A Alemanha teve mais dificuldade para ganhar da Polônia do que teve o Equador. Mesmo descontado o fato de o Equador ser a melhor surpresa da Copa, não recomenda. A Inglaterra sofreu para derrotar o Paraguai e sofreu para derrotar Trinidad e Tobago. De tudo que se sabia dos ingleses, não era para esperar tanta dor. E era para esperar que este ano eles estivessem diferentes. Há quem diga que é falso que os ingleses inventaram o futebol. Esta seria uma mentira histórica que se banalizou pela repetição. Na verdade os ingleses inventaram a bola levantada na área para alguém cabecear. Ficavam 17 jogadores na frente do gol e um Beckham da época mandando a bola para o meio deles, para ver no que dava. Mais tarde, em outro país, alguém aproveitou a invenção inglesa, a combinou com outras jogadas, e criou o futebol como nós o conhecemos. Mas esqueceram de avisar os ingleses.
E a potência teoricamente favorita? Ontem vi um jornal de Berlim cuja manchete era "Ronaldo Drama". Não deu para saber qual era o drama ou o que a notícia dizia sobre a seleção. De certa maneira, isto resumia tudo.
Há um óbvio drama pessoal envolvendo o Ronaldo, mas o que mais está acontecendo com a seleção é de difícil leitura. Pra mim é alemão.
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