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O protótipo do assombro efêmero é aquela seleção da Holanda que tinha supostamente revolucionado o futebol para sempre. A Laranja Mecânica, o carrossel irresistível. Marcação sob pressão o tempo todo, ninguém guardando posição, futebol total e – era o que se dizia – definitivo, que no entanto não ganhou a Copa em que foi a sensação e desapareceu como apareceu. A Holanda ainda é uma eterna candidata ao título e algumas das suas novidades foram incorporadas ao futebol convencional, mas nem ela adotou o próprio estilo inédito. A revolução holandesa assombrou mas não pegou.

Outro assombro efêmero foi a Dinamarca em 1986. Depois de dar de cinco em não me lembro quem, a Dinamarca de 86 estava sendo saudada como uma combinação perfeita de arte e aplicação, e apontada como uma das favoritas para ganhar o título daquela Copa. Uma nova potência futebolística estava nascendo, ninguém parecia ter como enfrentá-la, a Dinamarca era arrasadora, era... Epa. No jogo seguinte a Dinamarca e todas as teorias a seu respeito perderam feio. O assombro não durou uma semana.

Nesta Copa o assombro é a Argentina. Começou conservadoramente contra a Costa do Marfim mas contra Sérvia e Montenegro não apenas fez seis a zero mas quatro dos seis gols foram marcados quando o Tevez e o Messi ainda não tinham entrado em campo, o que significa que seu banco de reservas também é um assombro. Outras seleções estão pintando bem, a Espanha, que acaba de ganhar da Tunísia, começou com quatro a zero contra a Ucrânia, que deu de quatro na Arábia Saudita. Mas assombro mesmo, até agora, é a Argentina. Seu próximo jogo é contra a Holanda. O protótipo do assombro efêmero. Talvez esteja na hora da Holanda se vingar da História.

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