O comunismo pegou onde menos se esperava na Rússia, terra de camponeses e místicos, e na exótica China. Não deve surpreender que o socialismo triunfe em outros lugares estranhos: a GM, o Citibank...
Na coxa
Me pediram para comentar o "Vicky Cristina Barcelona". Gostei pela Vicky, pela Cristina, por Barcelona e principalmente pela Penelope, mas me pareceu um filme meio relaxado. Dá para imaginar o Woody Allen escrevendo o roteiro em cima da coxa, no quarto do hotel, louco para voltar para casa. Há personagens que aparecem e desaparecem sem função ou explicação, e o Woody Allen poderia ter nos poupado, e ao seu currículo, o pai pintor do Javier Bardem, que não pinta mais porque há pouco amor no mundo. E para o Bardem o filme veio muito em cima do seu papel anterior, como o bandido do cabelo armado dos irmãos Coen. Passei todo o filme esperando que ele estrangulasse alguém.
Sujou?
Falando em cabelo... O governador de Illinois merece ser banido da política duas vezes, pela corrupção e pelo penteado. A direita americana já caiu em cima do Barack Obama por causa da sua ligação com o governador Blagojevich, acusado de querer leiloar a cadeira do Senado que o Baraca desocupou. Os investigadores disseram que o presidente eleito não tem nada a ver com as manobras, ou com o penteado, do governador, que pela lei é quem nomeia o novo senador, mas o Baraca fez sua carreira na notoriamente corrupta política do estado, que agora ganha um incômodo destaque com as acusações a Blagojevich dando razão, implicitamente, a tudo que os republicanos diziam durante a campanha sobre as origens obscuras do candidato democrata. Chicago foi a capital do crime organizado americano e tem uma tradição paralela de política suja, como a dos tempos do prefeito Dailey que dominou o Partido Democrata local durante anos, era um populista a serviço do grande capital e fez a carreira de muita gente inclusive a do seu filho, que hoje é o prefeito. Obama se criou, politicamente, neste meio de caciques e aproveitadores. Para a direita, ele não pode não ter se sujado.
Perplexidade
Fico pensando no trabalho que terão os historiadores do futuro para entender o governo Lula. Nunca um presidente foi tão odiado e ridicularizado, nunca um presidente foi tão aprovado.
Nem a raiva nem o amor são muito racionais, existem num plano subjetivo a prova de fatos. A raiva parece visceral, feita em grande parte de preconceito e ressentimento. O amor persiste contra todas as notícias de escândalos e desmandos. Talvez com a perspectiva histórica o fenômeno não pareça tão raro. Getúlio Vargas também foi amado e execrado em proporção parecida. Juscelino também dividiu. Mas até daqui a uns 50 anos, quando a perspectiva histórica nos dirá o que houve, a perplexidade com o Lula permanecerá.
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