Quatro dos oito times que, pela Lógica (aquela senhora cujos palpites nem sempre dão certo) podem ser considerados candidatos ao título já estrearam, e o melhor comentário que se pode fazer sobre os seus jogos é anhamnham (bocejo). Alemanha, Inglaterra, Argentina e Holanda venceram mas foram quatro vitórias sem brilho e, fora a da Alemanha, que levou alguns sustos mas fez 4 a 2 na Costa Rica, apertadas. Na minha opinião o melhor jogo do fim de semana foi México x Irã. Se fôssemos nos guiar por estes primeiros jogos valeria dizer que o provável campeão desta Copa ainda não estreou. Mas é claro que uma primeira rodada cujo melhor jogo foi México e Irã não prova nada.

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Ronaldinho Gaúcho contou que seu sobrinho Diego, que será – opinião da própria família – o melhor deles todos, "pesquisa pra mim". O garoto, quando não está fazendo o impossível com a bola, está no computador vendo o que os outros fazem. E mostra para o tio as jogadas que experimenta e as novidades que grava. Quer dizer, estamos na perspectiva não só de outro Ronaldinho mas de um Ronaldinho cientificamente programado. A dinastia se informatiza. Que maravilhas ainda não veremos ser testadas, por tio e sobrinho? O Diego pode muito bem estar reinventando o futebol.

As japonezinhas que cercavam o hotel dos ingleses, em 2002, gritavam "I rove you, Beckham!". O ídolo do momento provoca manifestações que nada têm a ver com o futebol. Transforma-se num objeto de fantasias e paixões independentes do que ele faz em campo. Como Beckham, muitos jogadores, em diferentes épocas, se tornaram celebridades tanto pela sua figura e personalidade quanto pela notoriedade esportiva. Mas não deve haver precedente para o tipo de idolatria que Ronaldinho Gaúcho desperta, em todas as idades e todos os sexos. Estamos tendo uma prova dela aqui, onde não é raro você ouvir uma criança gritar "Ronaldinho!" na rua sem mais nem menos, só pelo prazer de gritar o nome mágico.

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Talvez tudo se explique pela alegria com que ele joga, e a identificação que isto traz com crianças e pessoas que não ligam para o futebol mas simpatizam com seu jeito de bom moleque. Talvez a máquina de promover e explorar celebridades só estivesse esperando um produto diferente, meio grande atleta, meio herói infantil, como a grife Ronaldinho para vender, e ele apareceu na hora certa. Seja como for, acho que estamos diante de algo inédito.

Ele também contou que se emociona quando fala com o filho, que já diz "Papai" e "Bola". E revelou que o menino já tem camisetas de vários times do mundo mas, por uma distração sua, não tem uma do Grêmio. Olha aí, pessoal. Ainda há tempo. Mandem uma camiseta do Internacional para o garoto HOJE.